Prestação de serviço guia produção de programas das rádios da EBC

13/02/2013 - 9h43

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Era uma manhã de setembro, quando dezenas de brasileiros se desesperavam por algum contato com amigos e parentes que moravam ou visitavam a cidade de Nova York. No dia 11, quando as emissoras de televisão transmitiam as imagens do atentado às Torres Gêmeas, o programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM de Brasília, estava terminando. Os comunicadores que se preparavam para deixar o estúdio voltaram aos postos para uma jornada que só terminaria à meia-noite.

“Alguns de nossos ouvintes não conseguiam falar com as pessoas em Nova York. A produtora do programa, Cleide Oliveira, conseguiu negociar com a Embratel e abrir um canal exclusivo de comunicação. Pegávamos o telefone das pessoas, fazíamos os contatos e colocávamos os parentes na linha”, contou Eduardo Mamcasz, apresentador da emissora.

Atualmente no comando do programa de economia Em Conta, da mesma emissora, Mancasz lembra que o esquema de trabalho montado improvisadamente seguiu funções que marcaram a história da Rádio Nacional no país. “Durante a 2ª Guerra [Mundial], a Rádio Nacional era usada para fazer o contato com os brasileiros”, lembrou.

Até hoje a função histórica das emissoras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) continua sendo uma marca em quase todos os programas de rádio. Muitas pessoas, por exemplo, deixaram parte de suas famílias para trás e migraram para a Amazônia em um período da história do país, perdendo o contato com parentes. A Rádio Nacional da Amazônia tem contribuído para o reencontro dessas pessoas. A média estimada pelos comunicadores da emissora é que quase 60 famílias restabelecem contato por meio dos programas da rádio, a cada ano.

“Na passagem do milênio, todas as emissoras transmitiram, juntas, durante 36 horas. Tinha a ideia de que seria o fim do mundo e o temor do bug do milênio. Transmitimos as mensagens de quase 100 ouvintes que ligaram para a emissora para deixar seu recado”, contou Mancasz, lembrando outro momento em que a aproximação do rádio com as pessoas ficou ainda mais clara.

Segundo ele, na virada do ano 2000, a emissora transmitiu notícias de várias partes do mundo, com a preocupação de tranquilizar e informar as pessoas. Jornalistas que estavam na Austrália e no Japão foram os primeiros a participar do programa.

Para Mancasz, as coberturas das rádios da EBC guardam, pelo menos, duas orientações: a emoção e a prestação de serviço. Lúcio Haeser, coordenador do Radiojornalismo da empresa, destaca que todas as informações são apuradas e divulgadas com uma preocupação específica no interesse do cidadão.

Haeser ressalta que as orientações no tratamento de notícias pelas equipes da EBC têm buscado respostas cada vez mais próximas desse objetivo. “Estamos livres de uma visão comercial e não temos o compromisso de atingir uma audiência a qualquer preço. Temos que transmitir informações de uma forma diferenciada para os ouvintes”, disse.

Segundo ele, um anúncio de redução de imposto para alguns setores, por exemplo, não pode se limitar a declarações de autoridades. “A gente não mostra apenas números, mas tem que dizer o que isso significa na prática, quanto os produtos vão passar a custar e como isso impacta em outras áreas que afetam as pessoas, como a infraestrutura”, explicou.

Edição: Juliana Andrade

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