Daniel Lima e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A Dívida Pública Federal (DPF) registrou aumento de 7,59% em 2012, passando para R$ 2,008 trilhões, informou hoje (5) o Tesouro Nacional. São mais R$ 141,6 bilhões incorporados à dívida no ano em comparação a 2011.
Só de novembro para dezembro, a dívida nominal cresceu 2,18%. Essa variação se deve à emissão líquida no valor de R$ 25,58 bilhões e à incorporação de juros à dívida, no valor de R$ 17,19 bilhões. O reconhecimento de juros ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores (que emprestam dinheiro para que o governo possa rolar a dívida) é incorporada gradualmente ao valor devido.
Mesmo ultrapassando a casa dos R$ 2 trilhões, a dívida está dentro do estimado no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2012, que prevê um estoque da dívida em mercado entre R$ 1,950 trilhão e R$ 2,05 trilhões.
Os dados do Tesouro mostram ainda que o estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPFi), que são títulos públicos, foi ampliado em 2,38% de novembro para dezembro, ao passar de R$ 1,872 trilhão para R$ 1,916 trilhão, com emissão líquida de títulos no valor de R$ 25,62 bilhões e a apropriação de juros no valor de R$ 18,86 bilhões.
O estoque da Dívida Pública Federal Externa (DPFe), na mesma comparação, teve redução de 1,84% sobre o valor apurado em novembro, fechando dezembro em R$ 91,28 bilhões (US$ 44,67 bilhões), sendo R$ 78,19 bilhões (US$ 38,27 bilhões) referente à dívida mobiliária (em títulos) e R$ 13,08 bilhões (US$ 6,4 bilhões), à dívida contratual.
A participação dos papéis prefixados (que têm a taxa de juros definida no momento da emissão) na dívida interna aumentou de 40,79% em novembro para 41,18% em dezembro. A fatia dos títulos vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros básicos da economia) caiu de 23,17% para 22,76% de novembro para dezembro.
No mesmo período, a participação dos títulos corrigidos pela inflação teve leve alta, de 35,44% para 35,48%. A parcela da dívida interna vinculada ao câmbio, no entanto, apresentou ligeira queda, de 0,6% para 0,57%.
O Tesouro Nacional tem usado, em grande parte, os títulos prefixados ao renegociar a dívida (rolagem) porque as taxas são definidas no momento da venda dos papéis e com isso consegue maior previsibilidade na administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco porque podem pressionar a dívida quando os
valores são elevados.
O prazo médio da DPF caiu de 3,99 para 3,97 anos. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos.
Edição: Juliana Andrade
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