Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Após seis anos no poder, o presidente da República licenciado, Rafael Correa, tenta a reeleição. Até 14 de fevereiro, às vésperas das eleições, ele ficará oficialmente fora do poder. Nesse período, intensifica a campanha. Correa quer mais um mandato, agora de quatro anos, para “dar continuidade ao processo revolucionário”. As eleições no Equador são marcadas pela presença de nomes tradicionais da política local e alguns que se apresentam como candidatos da mudança.
Correa estabeleceu seu estilo em defesa de princípios nacionalistas, do fortalecimento do Estado e do que considera unidade regional. Ele disputa as eleições com um ex-presidente da República - Lúcio Gutiérrez (Sociedade Patriótica) -, o empresário Álvaro Noboa (Prian) - e uma dupla de ex-correligionários - Alberto Acosta (UPI) e Norman Wray (Ruptura).
As eleições no Equador podem ocorrer em dois turnos - 17 de fevereiro e 7 de abril. Mas se o candidato mais votado obtiver maioria simples no primeiro turno, as eleições são concluídas. Há ainda eleições para escolher 137 integrantes da Assembleia Nacional e cinco para o Parlamento Andino. Mais de 11,6 milhões de eleitores estão cadastrados para votar.
No Equador, o voto é obrigatório para quem tem mais de 18 anos e menos de 65. Eleitores no exterior também podem votar. Tradicionalmente no Equador, o percentual de participação dos eleitores costuma ser superior a 70%.
Os eleitores irão às urnas para escolher entre os candidatos que se consideram de esquerda: Correa (Aliança pelo País), Alberto Acosta (UPI) e Norman Wray (Ruptura). Acosta e Wray participaram da primeira fase do governo Correa e agora lançam candidaturas independentes em defesa de mudanças mais profundas.
São apontados como candidatos de centro e direita o ex-presidente Lúcio Gutiérrez (Sociedade Patriótica) e o empresário Álvaro Noboa (Prian), além de Nelson Zavala (PRE), Guillermo Lasso (Creo) e Mauricio Rodas (Suma).
Com aproximadamente 15,2 milhões de habitantes, o Equador, assim como o Chile, não tem fronteira com o Brasil. Os dois países são as exceções da América do Sul. O Equador tem reservas de petróleo que respondem por cerca de 40% das exportações do país e parte das receitas do governo. As variações no preço da commodity do petróleo atingem a economia.
Em dezembro, Correa esteve em Brasília para a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul. O Equador e a Bolívia negociam a entrada no bloco. As negociações da Bolívia estão mais adiantadas, mas o presidente equatoriano indicou que, resolvidas algumas questões internas do país, o assunto será retomado.
Assista, no Portal da EBC, ao vídeo em que o embaixador do Equador no Brasil, Horacio Sevilla-Borja, fala sobre as eleições no seu país.
Edição: Graça Adjuto//Houve alteração, às 17h28 do dia 04.02.2013, no segundo e sexto parágrafos, para retirar a informação de que Álvaro Noboa é um dos candidatos que já foi presidente do Equador. Na verdade, Noboa é empresário produtor e exportador de bananas e nunca ocupou a presidência do país. O título também foi alterado
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