Em eventos da UNE, universitários debatem como alavancar a cultura no país

25/01/2013 - 18h59

Mariana Tokarnia
Enviada Especial

Olinda (PE) – Durante os oito dias de eventos da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Pernambuco, os estudantes aproveitaram para ampliar os debates sobre educação e cultura. Foram firmadas parcerias com o Ministério da Cultura e o Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras com o objetivo de fortalecer o papel da cultura na educação, principalmente no Circuito Universitário de Cultura e Arte (Cuca), núcleos formados por estudantes, artistas, produtores e outros agentes culturais em todo o Brasil.

“A cultura é um fator central no desenvolvimento da sociedade. Cultura e educação são complementares”, diz o coordenador-geral do Cuca da Une, Felipe Redó, ressaltando a precariedade do setor cultural no Brasil. A Une promoveu o 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb), de 18 a 21 de janeiro, e a 8ª Bienal de Arte e Cultura, de 22 a 26 de janeiro.

Em 2009, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que das 4.976 cidades com menos de 50 mil habitantes, somente 1.943 cidades (39%) tinham pelo menos um tipo de espaço cultural. De acordo com o Mininstério da Cultura, em 2012, 5.510 cidades do país (99% do total) têm pelo menos uma biblioteca pública (municipal, estadual ou comunitária). Em uma cartilha, o ministério ressalta, no entanto, que “hoje muitas bibliotecas públicas e museus existentes no Brasil apresentam condições precárias e precisam ser modernizados em todos os sentidos”

Para ajudar na promoção da cultura, uma das metas dos estudantes é transformar os Cucas, atualmente são cerca de 30 no país, em projetos de extensão universitária. Alguns já conquistaram esse patamar. Desta forma, explica Redó, é possível associar a promoção da cultura à pesquisa acadêmica, além de promover atividades com a comunidade e ter direito a bolsas estudantis.

A aluna de geografia da Universidade Estadual do Ceará, Bárbara Sampaio, faz parte do Cuca de Fortaleza. Lá, o centro acaba de ser reconhecido como projeto de extensão. Para isso, é preciso ter um professor orientador. O Cuca já promoveu seminários e instituiu o Trote Literário na universidade – quando os calouros devem entregar um livro ao Cuca que é doado para uma biblioteca pública. “Uma vez nos vestimos de personagens de grandes obras para divulgar o Trote Literário. São atividades que chamam atenção e promovem a cultura”, contou

Em 2005, o Cuca passou a ser Ponto de Cultura – local de pomoção cultural reconhecido pelo governo federal e com apoio do Programa Cultura Viva, que prevê convênios com governos estaduais, municipais e o Distrito Federal para promover a cultura no território nacional. Atualmente, tramita no Congresso Nacional Projeto de Lei nº 757, de 2011 que prevê a institucionalização do Cultura Viva e o torna política de Estado.

Após reunião hoje com os estudantes, a secretária executiva do ministério, Jeanine Pires, disse que a parceria com os universitários é importante para alavancar a cultura. “A universidade pode ser uma grande parceira não só na produção de conhecimento, mas na formação de especialistas. Isso pode se tornar algo maior que vá além dos muros das universidades”.

Edição: Carolina Pimentel

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