Catedral da Sé vira palco da cantata O Diário de Anne Frank no aniversário de São Paulo

25/01/2013 - 6h02

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Para celebrar o aniversário da cidade de São Paulo nesta sexta-feira (25), o Instituto Vladimir Herzog vai promover um concerto na Catedral da Sé, no centro da capital. A apresentação da cantata O Diário de Anne Frank, do compositor italiano Leopoldo Gamberini, terá início às 17h, logo após a cerimônia inter-religiosa em homenagem à cidade, que será conduzida pelo cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano. O evento é gratuito e tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e da Arquidiocese de São Paulo.

“Esse espetáculo, O Diário de Anne Frank, é uma cantata cênica, ou seja, há um coro de aproximadamente 100 integrantes. Além de cantar, haverá também uma performance artística”, disse Ivo Herzog, membro do Instituto Vladimir Herzog, em entrevista à Agência Brasil.

A cantata será regida pelo maestro brasileiro Martinho Lutero Galati e a execução estará a cargo do Coro Luther King, acrescido de um madrigal de solistas e da orquestra sinfônica. “É uma composição feita pelo Leopoldo Gamberini em parceria com Otto Frank, o pai de Anne Frank. É uma música clássica, erudita, mas nessa montagem há até música eletrônica. É uma coisa bastante arrojada e inovadora”, acrescentou Herzog.

Além de celebrar o aniversário da cidade, a apresentação também pretende dialogar com as pessoas sobre a violência atual. “É uma bela obra, um espetáculo cultural muito forte. A história de Anne Frank [adolescente alemã de origem judaica, que morreu em 1945, aos 15 anos de idade, em um campo de concentração, vítima do holocausto] é uma história atual, de perseguição, de intolerância, de violência”, comentou Ivo, que é filho do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, morto durante a ditadura militar.

A escolha da Catedral da Sé como palco da cantata não foi aleatória. “A Catedral da Sé, em si, tem um significado muito grande porque a história do meu pai não seria aquela que é se não fosse a missa de sétimo dia [que reuniu milhares de pessoas no local], que aconteceu na catedral no dia 31 de outubro de 1975. O processo de mudança do Brasil e o início do processo de redemocratização ocorre na Catedral da Sé, naquela missa de sétimo dia. A oportunidade de levar essa obra belíssima à catedral tem um significado maravilhoso”, disse.

Edição: Graça Adjuto

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