Marco Maia classifica de absurda possibilidade de abertura de investigação contra Lula

09/01/2013 - 14h55

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), classificou hoje (9) de “absurda” a possibilidade de abertura de investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo o publicitário Marcos Valério, teve despesas pessoais pagas pelo  esquema que ficou conhecido como mensalão.

“É um tema exaustivamente investigado: teve uma CPI [comissão parlamentar de inquérito] que tratou do assunto e o investigou à exaustão. Ao mesmo tempo, o STF [Supremo Tribunal Federal] já investigou, em várias oportunidades, se houve envolvimento do presidente Lula e isso foi completamente rechaçado”, disse Maia. Segundo ele, não há fato novo que justifique a abertura de investigação contra o ex-presidente. “Todas as pessoas que tinham algum tipo de envolvimento já foram investigadas e tiveram suas vidas devassadas por esse processo."

Além disso, Marcos Valério não é uma fonte confiável, afirmou o deputado. "Uma pessoa condenada, que está buscando criar um fato político que possa atenuar sua condição. O prudente é mandar isso para o arquivo.”

Em sua edição de hoje (9), o jornal O Estado de S. Paulo diz que, com base em depoimento de Marcos Valério, o Ministério Público Federal investigará se houve envolvimento de Lula com o esquema. Apontado como operador do mensalão, Valério foi condenado a mais de 40 anos de prisão pelo STF. De acordo com o jornal, o caso seria remetido à primeira instância, já que o ex-presidente não tem mais foro privilegiado. Com isso, a denúncia poderia ser apurada pelo Ministério Público Federal em São Paulo, em Brasília ou em Minas Gerais.

Em nota, a Secretaria de Comunicação do Ministério Público Federal negou a informação e disse que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ainda não iniciou a análise do depoimento de Marcos Valério, pois aguardava o término do julgamento da Ação Penal 470 (processo do mensalão) no STF.

Edição: Nádia Franco