Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil deverá colher entre 46,98 milhões e 50,16 milhões de sacas de 60 quilos de café (arábica e conilon) beneficiado em 2013. Essa é a primeira estimativa de produção para este ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A estimativa ficou entre 7,6% e 1,3% menor que a produção obtida na temporada anterior. De acordo com a Conab, essa redução se deve ao ano de baixa bienalidade do produto, que é a alternância anual entre grandes e pequenas produções, principalmente do café arábica.
Apesar disso, a Conab destaca que as diferenças entre as safras de alta e baixa bienalidade vêm diminuindo nos últimos anos. Em 2011, ano que também houve baixa bienalidade, a produção foi de 43,48 milhões de sacas. Em 2009, ficou em 39,47 milhões de sacas de 60 quilos. “Isso se deve a diversos fatores, como tratos culturais mais adequados, crescente aumento na utilização de irrigação, manejo de podas nos cafeeiros, adensamento das lavouras, plantio de variedades mais produtivas e melhores adaptadas e renovação constante dos cafezais”, diz a Conab.
A área plantada com as espécies arábica e conilon no país totaliza 2.375,79 mil hectares. O resultado mostra um crescimento de 1,99% sobre a área de 2.329,36 hectares, existente na safra 2012. Em Minas Gerais está concentrada a maior área com 1.241,12 mil hectares, predominando a espécie arábica, com 97,7%. A área total estadual representa 52,49% da área cultivada com café no país.
Para o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, ainda é cedo para dizer se a irregularidade da chuva vai influenciar a produção de café no país. Porto disse ainda que há uma tendência “estranha” de queda do preço do café, apesar dos baixos estoques internacionais e da produção ajustada em relação ao consumo no país. Mas, segundo ele, em março, no data em que será feito o próximo levantamento, deve haver indicação de recuperação dos preços.
O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gerardo Fontelles, disse que o governo está pronto para agir, sempre que necessário, para reduzir a volatilidade de preços, tornando disponíveis instrumentos que financiem estocagem e custeio, por exemplo. “O governo pretende reduzir a volatilidade [oscilações] de preços. A volatilidade leva o produtor a não fazer investimentos, gera fluxo de instabilidade de oferta que não é conveniente nem para produtor e nem para consumidor”, disse.
Edição: Tereza Barbosa