Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A estudante Carolina Ulhoa, de 18 anos, quer cursar direito e se inscreveu no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para concorrer a uma vaga na Universidade Federal de Lavras (UFLA) e na Universidade Federal Fluminense (UFF), no campus do Rio de Janeiro. Assim que foi divulgada a primeira nota de corte - nota mínima para ficar entre os potenciais selecionados – para a graduação nas duas instituições, a jovem decidiu mudar a opção de local, pois sua pontuação não lhe garante uma vaga nas universidades escolhidas. Carolina Ulhoa agora concorre à uma vaga para direito na UFF, porém no campus de Macaé, e disse estar bem colocada.
“No primeiro dia, liberaram a nota de corte às 2h da madrugada, eu queria ficar acordada porque estava ansiosa, mas não consegui. No dia seguinte, quando olhei, fiquei um pouco decepcionada porque minha nota não tinha atingido a média, mas agora estou feliz, afinal, estou, pelo menos por enquanto, aprovada na UFF de Macaé”, disse a jovem que mora em Paracatu (MG).
Cerca de 709 mil alterações nas inscrições do Sisu foram feitas até a tarde de ontem (8), de acordo com levantamento do Ministério da Educação (MEC). Do total, 300 mil ocorreram antes da divulgação da nota de corte, e mais de 400 mil após os estudantes conhecerem as notas de corte.
Uma vez por dia é divulgada a nota de corte para cada curso e turno, que é calculada com base no número de vagas disponíveis e no total dos candidatos inscritos naquele curso, por modalidade de concorrência. A cada divulgação, o candidato pode conferir sua posição dentro das vagas disponíveis. A nota de corte não é garantia de seleção para a vaga escolhida. O estudante pode mudar a opção de curso e universidade até o fim das inscrições, na próxima sexta-feira (11).
Mesmo acompanhando o vaivém das notas de corte e percebendo que está fora da oferta de vagas, também há quem prefira não mudar. É o caso de Janaína Vieira, 17 anos, que concorre a uma vaga de biotecnologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “É o meu foco porque o curso lá é um dos melhores do país. E vou conseguir mais reconhecimento, tenho mais chance de fazer pesquisa e sair do país. Além disso, o mercado de trabalho lá na região já é bom nessa área”, explicou Janaína.
A estudante de Brasília conta que acompanha ansiosa durante a madrugada a divulgação da nota de corte e diz que está surpresa com a concorrência do curso, que tem nota de corte mais alta que o de medicina da UFSCar. Caso não consiga entrar na universidade e curso escolhidos, Janaína disse que vai continuar estudando mais um ano para fazer a próxima prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e novamente se inscrever no Sisu.
O curso de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) é o mais disputado do Sisu. Em seguida, estão os cursos de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), conforme dados divulgados ontem (8) pelo MEC. A lista dos cursos mais concorridos muda conforme as mudanças nas inscrições. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, orienta os alunos a monitorar a nota de corte alta e avaliar as opções.
A primeira edição de 2013 do Sisu oferece 129 mil vagas em 101 instituições públicas de educação superior. As inscrições podem ser feitas somente pela internet. Concorrem às vagas os estudantes que participaram do Enem em 2012 e obtiveram nota na redação que não tenha sido zero. A primeira chamada de selecionados está prevista para o dia 14 de janeiro. Os convocados devem providenciar a matrícula nos dias 18, 21 e 22.
Os estudantes que não forem selecionados nas duas primeiras convocações podem aderir à lista de espera para concorrer a vagas remanescentes. O prazo de adesão vai de 28 deste mês a 8 de fevereiro. Último balanço divulgado pelo MEC aponta que o número de inscritos no Sisu ultrapassa 1,4 milhão.
Veja o portal de busca que a EBC preparou para quem vai se inscrever no Sisu
Edição: Carolina Pimentel