Presidente da Ordem dos Arquitetos de Portugal classifica obra de Niemeyer como “revolucionária”

06/12/2012 - 13h48

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A capacidade de encantar o mundo com sua criação, respeitando as condições e características culturais de seu país, é uma das marcas mais significativas da obra de Oscar Niemeyer, na avaliação do presidente da Ordem dos Arquitetos de Portugal, João Belo Rodeia. Para ele, a genialidade do arquiteto brasileiro vai continuar inspirando profissionais em todo o mundo.

“Ele tinha uma capacidade incrível de reunir o moderno ao colonial e ao cotidiano das pessoas na rua. Além disso, sabia adaptar sua arquitetura a alguma escassez de material no Brasil [principalmente na década de 1950]. Isso nos influenciou muito porque Portugal também não era rico em condições tecnológicas. Nossos arquitetos olhavam para ele e para sua obra e viam que era possível aliar o moderno à cultura do país”, disse Baleia, que participa hoje (6) do Seminário Internacional de Arquitetura e Urbanismo. O evento, reúne até amanhã (7), em Brasília, arquitetos brasileiros e palestrantes de outros países para discutir os desafios da profissão.

Baleia classificou a obra de Niemeyer como “revolucionária” e disse que foi a “grande fonte de inspiração” para os arquitetos portugueses, sobretudo, logo após a segunda guerra mundial. “Nesse período, a arquitetura brasileira era a grande novidade no mundo e Niemeyer contribuiu, indiretamente, para que a arquitetura portuguesa se tornasse moderna. Sua influência em Portugal foi muito grande, muitos arquitetos portugueses vieram ao Brasil e alguns até trabalharam com ele”, comentou.

O presidente da Ordem dos Arquitetos de Portugal, entidade que reúne 20 mil profissionais, lembrou que, apesar da influência que exerceu, há apenas uma obra assinada por Niemeyer no país: o Casino Park Hotel. O edifício, de 1976, faz parte do complexo turístico do Funchal, na Ilha da Madeira.

Edição: Denise Griesinger

Veja aqui galeria com imagens das principais obras de Niemeyer em Brasília.