Prefeito carioca critica projeto da Companhia Docas do Rio de construir píer na área da Praça Mauá

20/11/2012 - 18h21

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A reurbanização da região portuária da capital fluminense poderá ficar prejudicada caso a Companhia Docas do Rio de Janeiro efetive o seu projeto de construir um píer em forma de Y na altura da Praça Mauá. Para o prefeito Eduardo Paes, o projeto do jeito que está prejudica a vista de pontos turísticos importantes da cidade, que serão bloqueados pelos navios ali atracados.

“Não sou contra a construção do píer em Y, acho que precisamos ter. Sou contra a posição em que ele está, e venho manifestando isso para [Companhia] Docas [responsável pelo projeto]”, disse durante coletiva à imprensa para falar das obras no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. “Não entendo de obra de navio, a minha contestação é do ponto de vista estético”, completou.

O píer em Y, de acordo com Paes, vai impedir que as pessoas tenham uma ampla visão de pontos turísticos como o Mosteiro de São Bento, que é tombado, e o recém-inaugurado Museu do Amanhã. A revitalização da região prevê, inclusive, a demolição de parte da Avenida Perimetral, cujo projeto arquitetônico é da década de 1950, para permitir uma vista melhor da região. No trecho derrubado, entre o Caju e a Praça 15, será construído um túnel. As obras ficam prontas em 2013.

O prefeito também falou sobre a polêmica em torno da remoção das famílias que moram na Vila Autódromo, comunidade pobre localizada na área onde será construído o Parque Olímpico. De acordo com Paes, os moradores serão realocados, no próximo ano, para um condomínio de 112 prédios e escolas que está sendo construído no Parque Carioca, a 1 quilômetro de onde residem atualmente.

“Apesar de a prefeitura já ter uma decisão judicial determinando a retirada das pessoas, só trataremos da remoção quando esses apartamentos estiverem prontos”, disse. Segundo o prefeito, a Vila Autódromo é a única comunidade atingida pelas obras das Olimpíadas.

A presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos, voltou a mencionar que as obras no Parque Olímpico, que concentrará as competições, na Barra da Tijuca, custarão R$ 1,2 bilhão. Com capacidade para 120 mil pessoas, o complexo será erguido por meio de uma parceria público-privada em uma área de 1,18 milhão de metros quadrados, do tamanho do bairro Leme.

 

Edição: Aécio Amado