Para superar crise, Merkel recomenda a Portugal buscar mercados fora da Europa

12/11/2012 - 17h18

Gilberto Costa
Correspondente da EBC

Lisboa – A chanceler alemã Angela Merkel promete investimentos para apoiar a reindustrialização de Portugal e sugere que o país procure aumentar as exportações para “novos mercados fora da Europa”. Segundo ela, está fora da União Europeia a “chave do sucesso” que poderá tirar Portugal da crise econômica.

“A indústria alemã está do lado de Portugal”, disse Merkel, que ainda propôs aos empresários germânicos formarem joint venture com os portugueses “em partes menos acessíveis do globo para os alemães.”

Historicamente, Portugal é um país usado como plataforma de exportação de empresas alemãs. Segundo dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros, as companhias alemãs faturaram 4,6 bilhões de euros no último ano em território português – do total, 4 bilhões de euros foram obtidos com exportações. Das seis empresas estrangeiras que mais exportam de Portugal, três são alemãs.

Merkel, junto com o primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho, encerrou o Encontro Empresarial Luso-Alemão. Durante o discurso, a chanceler elogiou medidas de “desburocratização” de Portugal, elogiou o governo português pelas “medidas corajosas” de ajuste fiscal e também ofereceu apoio para que os portugueses criem um banco de fomento ao desenvolvimento.

A chanceler também disse que a Europa tem que “caminhar junta”, não pode “deixar a sós alguns países” e que deve se preparar para “concorrer com os países emergentes.”

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho fez questão de salientar que Portugal tem atuado para resolver problemas estruturais como o déficit orçamentário (despesas públicas maiores que receita arrecadada) e o déficit externo (importações maiores que as exportações). Segundo ele, os déficits “são falhas de governação do passado”. Passos prometeu reorganizar “as funções e estruturas do Estado”e garantiu “maior abertura às oportunidades oferecidas pela globalização e pela área do euro”.

Menos de um mês depois de ter aprovado orçamento anual interno, que foi duramente criticado pela oposição por diminuir investimentos na área social e aumentar impostos, Passos Coelho pediu “ambição do orçamento da União Europeia” para os próximos quatro anos e pediu mais recursos.

“O Orçamento Europeu, desde que usado com sabedoria, pode fazer a diferença entre um regresso mais rápido ou mais demorado ao crescimento em alguns países,” disse.

Edição: Carolina Pimentel