Ministério Público faz atendimento a moradores do Complexo do Alemão

10/11/2012 - 12h19

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Ministério Público Estadual faz hoje (10) atendimentos a moradores do Complexo do Alemão, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Promotores de Justiça estão ajudando na mediação de conflitos, recebendo reclamações e dando orientações sobre temas como reconhecimento de paternidade. A ação ocorre dentro do Colégio Estadual Tim Lopes, na Estrada do Itararé, até as 16h.

Segundo o procurador-geral de Justiça do estado, Cláudio Lopes, o Ministério Público já faz atendimentos itinerantes como esse. A partir de agora, no entanto, o trabalho será intensificado com a aquisição de um ônibus, que vai permitir levar uma estrutura do Ministério Público a vários lugares do estado.

“Aqui no Complexo do Alemão até temos uma estrutura que podemos usar [uma escola estadual]. Mas queremos que o ônibus seja levado a lugares onde não há essa infraestrutura para atendimento, com computador, impressora, mesa, cadeira, ar-condicionado. A ideia é aproximar o Ministério Público da sociedade, apresentá-lo à sociedade”, explicou.

Entre as atividades desenvolvidas hoje no Complexo do Alemão, está a mediação de conflitos, como briga de vizinhos. Luiz Cláudio Araújo Soares, morador do Morro do Adeus, procurou o mutirão do Ministério Público porque a casa de sua companheira apresentou rachaduras, durante as obras de urbanização da favela, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“A gente não tem certeza se foi a obra do PAC. Mas a gente acredita que sim. Estão aparecendo rachaduras e parece que a casa está cedendo. A gente queria saber se isso realmente tem a ver com a obra do PAC. O Ministério Público documentou tudo e vai procurar [a equipe da obra do PAC] para poder ver a [situação da] casa direitinho”, disse.

Cristiane dos Santos, de 32 anos, procurou o Ministério Público para registrar, na certidão de nascimento de seu filho, de oito anos, o nome do pai, Fabiano Barreto. “A gente queria resolver isso no cartório mesmo. Mas a gente só falava, só falava e nunca resolvia. Aí soubemos desse evento e viemos para cá”, disse.

Fabiano Barreto, de 32 anos, conta que seu nome não constava na certidão do filho porque não tinha documentos de identidade quando o menino nasceu. “Eu não tinha documentos. Fui registrado depois de velho. Agora finalmente vou poder colocar meu nome na certidão do meu filho. Eu sempre quis isso”, disse.

Edição: Talita Cavalcante