Reunião para definir adiamento da CPMI do Cachoeira termina sem acordo

30/10/2012 - 21h25

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Terminou sem acordo entre os líderes partidários a reunião para definir o futuro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Os parlamentares de oposição buscam assinaturas para um requerimento que pede o adiamento do prazo para o fim das investigações da CPMI por mais 180 dias. Para isso, eles precisam de 27 assinaturas no Senado, já conseguidas, e mais 171 na Câmara, que ainda não estão completas.

Amanhã (31), os membros da CPMI vão se reunir em reunião administrativa. Os líderes de oposição pretendem apresentar um requerimento para tentar aprovar a prorrogação do prazo. “Não tivemos consenso entre os líderes. Existe um grupo que quer quebrar os sigilos das empresas laranjas da Delta e outro grupo que não quer quebrar esse sigilo e encerrar a investigação”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos favoráveis ao adiamento do prazo.

O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), no entanto, não acredita na aprovação de requerimentos amanhã. Segundo ele, os membros da comissão não podem aprovar sozinhos o adiamento dela, apenas o Congresso Nacional por meio das assinaturas mínimas necessárias. Segundo ele, começarão a ser colhidas assinaturas para dois requerimentos: um que pede a prorrogação por 180 dias e outro que pede por 48 dias.

“O plenário da CPMI não tem prerrogativa de determinar sobre a prorrogação. São as assinaturas de todo o Congresso Nacional que vão determinar se haverá prorrogação da CPMI”, disse Odair Cunha.

Ele defende o prazo de 48 dias, que iria coincidir com o fim do ano legislativo e início do recesso parlamentar. Para o relator, esse prazo é suficiente para compilar o que já foi investigado até aqui e apresentar um relatório “bom e contundente”. “Eu não recuso e não reclamo tempo para o relatório. É necessário um prazo de 48 dias. Quem diz que a CPMI não trabalhou é porque não quis trabalhar”, disse.

A CPMI do Cachoeira investiga as relações do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados a partir de inquéritos da Polícia Federal. Cachoeira é acusado de comandar uma quadrilha que controlava o jogo do bicho no estado de Goiás e atuava por meio de diversas empresas fantasmas para fraudar licitações públicas. As relações dele com a Construtora Delta, que tem contratos com o governo federal e diversos governos estaduais também estão sendo investigadas.

 

Edição: Aécio Amado