Maioria dos membros do Copom entendeu que cenário de inflação era propício para último ajuste na Selic

18/10/2012 - 10h05

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A maioria dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) entende que ainda restam incertezas quanto à velocidade de recuperação da atividade econômica. A informação, divulgada hoje (18), consta da ata da última reunião do Copom, em que, por 5 votos a 3, a taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida em 0,25 ponto percentual para 7,25% ao ano. Três diretores do BC votaram pela manutenção da Selic em 7,5% ao ano. O processo de redução da Selic começou em agosto do ano passado, quando a taxa estava em 12,5% ao ano.

Os membros que votaram pela redução foram o presidente do BC, Alexandre Tombini, e os diretores Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Luiz Awazu Pereira da Silva e Luiz Edson Feltrim.

“A maioria dos membros do Copom argumentou, em especial, que restavam incertezas quanto à velocidade de recuperação da atividade, em grande parte, em decorrência das perspectivas de que o período de fragilidade da economia global seja mais prolongado do que se antecipava, com repercussões desinflacionárias sobre a economia doméstica”, diz a ata. Além disso, os diretores argumentaram que “as recentes pressões de preços decorrem, principalmente, de choques de oferta, internos e externos, que tendem a reverter no médio prazo”. “Portanto, no entendimento desses cinco membros do comitê, o cenário prospectivo para a inflação ainda comportava um último ajuste nas condições monetárias”.

A ata do Copom também traz a justificativa para o voto dos diretores do BC Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Sidnei Corrêa Marques para que não houvesse mais corte na Selic. “A minoria dos membros do Copom ponderou que a recuperação da atividade tende a ser sustentada pelos impulsos monetários, fiscais e creditícios já introduzidos na economia”.

Para esses diretores, “eventualmente, pressões de demanda e de custos poderão incidir sobre a inflação. Consequentemente, na visão desses três membros do comitê, o cenário prospectivo para a inflação não recomendava um ajuste adicional nas condições monetárias [redução da Selic]”.

Os cortes na taxa Selic foram feitos como forma de estimular a economia brasileira, que enfrenta efeitos da crise econômica externa. Quando o Copom eleva a Selic, o objetivo é incentivar a poupança, desestimular o consumo e segurar a inflação.

Edição: Juliana Andrade