Cinco mil ciclistas passeiam no Aterro do Flamengo

23/09/2012 - 16h36

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Cinco mil ciclistas pelo Aterro do Flamengo e Orla de Botafogo  abriram hoje (23) o 2º Fórum Internacional da Mobilidade por Bicicleta (BiciRio), promovido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, no âmbito da Semana Nacional do Trânsito. O secretário de Meio Ambiente do município, Altamirando Moraes, enalteceu a integração da bicicleta com o sistema público de transporte, tema central do fórum.

Segundo ele, o evento pretende mostrar que é possível usar a bicicleta como alternativa para sair de casa e ir à estação de metrô ou de trem ou aos pontos de ônibus, e mesmo fazer as pequenas  distâncias de bicicleta.

Amanhã (24), o fórum levará os participantes a visitas técnicas para comprovar que essa integração é possível. Eles pegarão o trem na Central do Brasil com destino a São Cristóvão, na zona norte da cidade, de onde seguirão  de bicicleta  até  o centro  de operações do sistema Bike Rio.  Outra visita será feita a um trecho do BRT (bus rapid transit) da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, com apoio da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros  do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).

O Rio de Janeiro é vice-líder na América Latina em termos de malha cicloviária, com 282 quilômetros, perdendo apenas para  Bogotá, com 320 quilômetros, informou o secretário. No mundo, Copenhague, na Dinamarca, lidera o 'ranking', com cerca de 800 quilômetros de ciclovias. Em segundo lugar, aparece Amsterdã, na Holanda, com 500 quilômetros. “Vamos chegar a 450 quilômetros até 2016”, disse Moraes.

Altamirando Moraes disse que, mais que a malha, o que vale é o percentual de pessoas que usam a bicicleta. “Isso  é o  mais importante” disse, lembrando que o percentual hoje no Rio é de 5% das viagens diárias de passageiros, devendo chegar a 10% de ciclistas até 2016.

Ediléia Gomes Correia, atendente comercial, anda nos fins de semana de bicicleta. Ela não precisa da 'bike' para ir ao trabalho porque mora ao lado. “Mas se precisasse, usaria sim”, diisse. Ediléia acredita que a bicicleta pode se integrar de forma perfeita aos demais meios de transporte, opinião compartilhada por Constantino Ferreira,  natural de Portugal, que tem uma loja de comércio no Rio de Janeiro.  Ele trouxe da Europa a  tradição do uso da bicicleta para sua locomoção.  “E gostaria de poder usar todo dia aqui também”.

A estudante Luísa da Costa está cursando o pré-vestibular e pretende seguir a carreira de medicina. Ela também não dispensa a bicicleta, embora não a utilize para ir ao colégio, que  esse fica longe de sua casa. “Mas assim que eu posso, ando de bicicleta. Aqui no Aterro, que fecha o trânsito aos carros, aos domingos,  pego minha cachorrinha e venho”.

Jane Azevedo, que não declarou sua profissão, lamentou que a malha cicloviária ainda não tenha chegado próximo de sua residência. “Se tivesse ciclovia, eu iria todos os dias ao trabalho".

Edição: José Romildo