Estudantes da região serrana fluminense se engajam em campanha de preservação de espécies ameaçadas de extinção

22/09/2012 - 14h23

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Estudantes do curso de Educação Ambiental na Prevenção e no Enfrentamento de Desastres Naturais (Elos Enfrentamento), que a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) do Rio de Janeiro desenvolve na região serrana fluminense, participam hoje (22) do evento Abrace Essas Dez!, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio. O objetivo é conscientizar crianças e jovens sobre a importância de preservarem as dez espécies da fauna do estado mais ameaçadas de extinção.

A superintendente de Educação Ambiental da SEA, Lara Moutinho da Costa, disse à Agência Brasil que a missão é apoiar a formação de uma nova cultura ambiental na população, estimulando a participação dos adolescentes e das crianças na vida pública. “Eles levam a temática ambiental para dentro das escolas, aprendem a fazer um diagnóstico ambiental do local onde as escolas estão inseridas e, depois, escolhem um tema e elaboram um plano de ação”. A secretaria tem cerca de seis programas ambientais com foco no cidadão.

Lara chamou a atenção que hoje restam somente quase 7% da Mata Atlântica no estado. “Oitenta por cento estão nas mãos de particulares e os esforços de conservação são menores. É preciso o envolvimento da sociedade e uma sensibilização mais profunda”. Ela espera que o evento deste sábado sensibilize os estudantes para a questão da mata e das espécies animais ameaçadas.

Segundo informou a superintendente da SEA, a maioria das espécies é oriunda da Mata Atlântica. O bioma, rico em biodiversidade, cobre mais de 20% do território fluminense. As dez espécies mais ameaçadas por desmatamentos e caça são a ave jacutinga, o formigueiro do litoral, o boto cinza, o cágado-do-paraíba, o lagarto-branco-da-praia, o mico-leão-dourado, o muriqui, a preguiça-de-coleira, o surubim-do-paraíba e o tatu-canastra.

O trabalho de conscientização da juventude sobre a importância da conservação das espécies da fauna fluminense mais ameaçadas de extinção está sendo feito por meio de oficinas de coleta seletiva e de material reciclável, teatro, música e exposições. A atividade tem a parceria do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
 
Dentro da campanha em defesa da biodiversidade, foram criados bonecos dos dez animais mais ameaçados e lançadas cartilhas e cartazes explicativos que serão distribuídos para as escolas do estado, mostrando onde vivem essas espécies, o que as ameaça e o que todos podem fazer para preservá-las, informou à Agência Brasil o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc. “Na verdade, é uma mobilização que vai orientar ações das prefeituras, licenciamentos, criação de novos parques. Em suma, mobilizar a sociedade por meio da juventude, das escolas, para a preservação da biodiversidade”, disse.
 
Isabela Cristina Brito Gonçalves tem 14 anos e estuda no Colégio Estadual Doutor Feliciano Costa, em Nova Friburgo. Ela disse à Agência Brasil que o engajamento dos estudantes se dá por meio de projetos “como este que a gente está assistindo e da atuação dos alunos e professores. O engajamento vai se dar pelo interesse em torno da campanha Abrace Essas Dez!”, ressaltou.

Daniela Moreira, de 16 anos, aluna da Escola Municipal Professor Josemar  Contage, de Petrópolis, declarou ter conhecido a campanha da SEA por meio do curso Elos Enfrentamento. “Conhecemos as dez espécies ameaçadas de extinção que pertencem à Mata Atlântica”. Daniela acredita que os estudantes poderão abraçar a campanha e atuar como multiplicadores da questão ambiental nas famílias. “Podemos conversar com os colegas, com nossos pais e irmãos e ir passando adiante essas noções de que é preciso preservar as espécies e o meio ambiente”, disse.

 

Edição: Aécio Amado