Presidente do Ipea diz que Brasil tem vocação natural para diplomacia e conciliação

18/09/2012 - 17h20

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, destacou hoje (18) que o Brasil tem uma vocação natural para a diplomacia e o diálogo. Segundo ele, é impossível escapar ao “espírito brasileiro”.“É o brasileiro, o cavaleiro da esperança, o mediador de conflitos, tão bem conduzido pela diplomacia”. Segundo ele, essa vocação se faz mais necessária neste momento de crises e conflitos, principalmente nos países muçulmanos.

Neri disse que a disposição do brasileiro em busca da conciliação é comprovada em estudos. Como exemplo, ele citou pesquisas, feitas em 153 países, sobre o índice de felicidade da população. Nelas, os brasileiros costumam aparecer entre os mais bem colocados, sinalizando um povo receptivo e amigável.

Neri participou do seminário Os Desafios da Política Externa Brasileira em Um Mundo de Transição, na Câmara dos Deputados. Ele reiterou que o momento político internacional, envolvido em conflitos e crises, é de “muitas mudanças”. Para ele, um dos destaques do momento é o surgimento do grupo denominado Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

“Os Brics nos forçam a conhecer grupos e países muito distantes”, disse Neri. “Na troca de conhecimento e políticas sociais, eu acabei visitando todos os países dos Brics. São poucos países que congregam 40% da população do mundo, metade da pobreza mundial está reunida aí.”

Segundo Neri, o Brasil se insere de uma maneira bem diferente no mundo, pois a desigualdade no país tem registrado queda, diferentemente do que ocorre no restante dos Brics. De acordo com ele, a disputa “mais apertada” é com a China.

Neri disse que a grande força do Brasil é “simbólica”. “É o povo admirável e gostável”, disse ele.
“O Brasil é um país interessante sob o ponto de vista internacional, uma espécie de maquete  mundial, porque registra uma boa média internacional, pois a renda média no Brasil aproxima-se do que ocorre no mundo”, ressaltou.

A presidenta da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Perpétua Almeida (PCdoB-AC), acrescentou que há um interesse cada vez maior entre os brasileiros sobre política externa. Ela lembrou que há dez anos não ocorria um seminário sobre política externa na Casa.

Segundo a deputada, mais de 500 pessoas participam das discussões, além de representantes de 70 embaixadas e mais de 60 instituições de ensino. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, participaram do seminário.

Edição: Carolina Pimentel