Empresários estimam que 11ª rodada de licitação de petróleo pode gerar US$ 1 bilhão ao governo

18/09/2012 - 19h55

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os empresários do setor petrolífero comemoraram o anúncio da realização da 11ª rodada de licitação de petróleo em maio de 2013 e estimaram que o leilão das áreas pode gerar US$ 1 bilhão para o governo. A medida foi divulgada em Brasília, na tarde de hoje (18), pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e deverá ser seguida pela primeira rodada do pré-sal, em novembro do ano que vem.

O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), João Carlos de Lucca, considerou extremamente positiva a realização da rodada e previu uma forte participação dos empresários nos leilões, o que pode fortalecer o caixa do governo com a injeção de grande soma de recursos.

“Esse é o sinal que nós queríamos ter, de previsibilidade, de retorno à normalidade das licitações. Devemos celebrar. O governo vai ter a resposta positiva do investidor da área de petróleo e gás. Esta rodada vai ser um sucesso, com muitas empresas participando, gerando bônus para o governo, gerando trabalho em áreas que até então não recebiam investimentos. Nós prevemos um mínimo de US$ 1 bilhão para a próxima rodada”, disse de Lucca, que falou sobre o assunto durante conferência de imprensa na 20ª Rio Oil & Gas, feira que reúne 1.300 empresas do setor, no Riocentro.

Antes da coletiva, de Lucca telefonou ao ministro Lobão para agradecer, em nome dos empresários, pela decisão. Ele também fez questão de citar publicamente o empenho da presidenta Dilma Rousseff.

“Queremos agradecer à presidenta Dilma pela sensibilidade de autorizar [a rodada] neste momento, dando sinalização efetiva ao setor. É uma notícia extraordinária. Ela conhece profundamente as demandas e seguramente soube avaliar corretamente as necessidades da indústria.”

O presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eloi Fernandez y Fernandez, também elogiou a decisão do governo de realizar as duas rodadas no próximo ano e disse que a medida é uma sinalização positiva para a indústria local.

“Isso garante os investimentos e dá continuidade às demandas [do setor]. Conseguimos enxergar o conteúdo local em um prazo mais longo para o desenvolvimento da cadeia de fornecedores, o que nos deixa bastante contentes. Vamos ter mais investimentos e mais compras em equipamentos e serviços”, disse Fernandez.

A realização das rodadas também significará maiores oportunidades para pequenas empresas do setor, que hoje são 19 operadores, responsáveis pela geração de 2.150 empregos diretos e produção de 0,1% do petróleo nacional, equivalente a 3 mil barris/dia.

O presidente da Associação dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Alessandro Novaes, tem expectativa de que o texto que define a nova rodada gere participação específica para os pequenos. “Estamos aguardando a confirmação de que a 11ª rodada contenha a política para o pequeno produtor onshore [em terra], com a realização de leilões específicos, em áreas maduras, para o pequeno produtor”, disse Novaes.

A 11ª rodada vai licitar 174 blocos, sendo 87 em terra e 87 no mar. Tanto esta licitação quanto a primeira rodada do pré-sal dependerá da aprovação de projeto de lei redefinindo a partilha dos royalties entre os estados, matéria que precisa ser votada no Congresso Nacional.

Edição: Fábio Massalli