Lugo se prepara para encontro com simpatizantes no Brasil e na Argentina

05/09/2012 - 10h57

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Destituído do poder há quase três meses, o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo se prepara para visitar o Brasil e a Argentina nos próximos dias. Segundo ele, tem recebido pedido de paraguaios que vivem nos dois países para um encontro. Porém, Lugo não deu detalhes sobre suas viagens. Ontem (4), ele se reuniu com o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica.

As presidentas Dilma Rousseff e Cristina Kirchner (Argentina), além de Mujica, disseram que Lugo não teve tempo suficiente para se defender durante o processo de impeachment, que durou menos de 24 horas. Os governos do Brasil, da Argentina e do Uruguai decidiram ainda pela suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Até 21 de abril de 2013, quando há eleições presidenciais no Paraguai, o país ficará suspenso do Mercosul e da Unasul. A suspensão é uma punição porque os líderes consideraram também que houve o rompimento da ordem democrática. Porém, as autoridades paraguaias negam irregularidades.

Lugo está em Montevidéu, onde se reuniu com Mujica, e só retorna a Assunção, no final da tarde de hoje (5). "Eu tive uma reunião informal com o presidente Mujica que falou sobre o que ocorreu no Paraguai [o processo de impeachment que levou à saída de Lugo do poder]. Foi um jantar muito agradável", disse o ex-presidente.

Além de Lugo e Mujica, participaram do jantar ministros e parlamentares da Frente Ampla (que apoia o governo uruguaio). "[Muitos] paraguaios encontraram refúgio durante a ditadura aqui, no Uruguai", ressaltou Lugo. Segundo ele, recebeu apoio e mensagens de solidariedade. “[Minha visita ao Uruguai é] para divulgar o que está acontecendo no Paraguai”, disse.

Segundo Lugo, o atual presidente do Paraguai, Federico Franco, promove "perseguição política e ideológica" contra os que são simpatizantes e participaram do governo anterior. De acordo com ele, mais de 2 mil funcionários, ligados ao governo anterior, foram demitidos.

*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay.

Edição: Talita Cavalcante