Líder religioso do Irã cobra reformas no Conselho de Segurança da ONU

30/08/2012 - 8h28

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O líder religioso do Irã, ayatolá Ali Khamenei, cobrou hoje (30) reformas no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo ele, o formato atual, que é do final da 2ª Guerra Mundial, é reflexo de uma “estrutura irracional e antidemocrática e de uma clara ditadura”. O conselho é formado por 15 países, dos quais apenas cinco têm assentos permanentes: os Estados Unidos, a China, o Reino Unido, a França e Rússia.

“O Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma estrutura irracional, injusta e totalmente antidemocrática, que constitui uma ditadura”, disse Khamenei, na abertura da 16ª Cúpula dos Países Não Alinhados, em Teerã, na presença do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

O Conselho de Segurança foi constituído nos anos de 1940, logo após a 2ª Guerra Mundial, e refletia o cenário político e econômico da época. Especialistas defendem a ampliação do órgão para que países que passaram a ter mais destaque na comunidade internacional sejam representados.

 “A sala de controle do mundo [o Conselho de Segurança] é comandada por ditaduras de alguns países do Ocidente”, disse Kahmenei, referindo-se, sem citar nominalmente, a algumas das nações que ocupam os assentos permanentes do órgão. O discurso do líder religioso foi acompanhado atentamente por Ki-moon.

O Irã é alvo de sanções impostas pelo Conselho de Segurança, cuja maioria dos integrantes desconfia do programa nuclear desenvolvido pelo país. Para o órgão, o programa é uma ameaça nuclear por levantar suspeitas sobre a produção de armas. Os iranianos negam essa produção.

A cúpula, em Teerã, conta com a participação de representantes de 107 países. O Brasil está presente apenas como observador. O Movimento dos Países Não Alinhados representa as nações em desenvolvimento que tentam definir um caminho de independência e autonomia em relação às grandes potências econômicas e políticas.

A presença de Ki-moon na cúpula gerou críticas dos Estados Unidos e de Israel. Dos líderes estrangeiros, os que se destacam são o novo presidente do Egito, Mohamed Mursi, e o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP),  Mahmoud Abbas.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.

Edição: Graça Adjuto