Festival de teatro homenageia o México e apresenta peças sobre imigração ilegal

26/08/2012 - 12h13

Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O Mirada, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, apresenta produções de 14 países na cidade de Santos, litoral sul de São Paulo, entre os dias 5 e 15 de setembro. A mostra sempre homenageia um país convidado que tenha se destacado pela sua representatividade e produção teatral e, nesta segunda edição, o México foi o escolhido. O país trará várias temáticas, a maioria delas ligadas à imigração ilegal para os Estados Unidos.

Para o coordenador da programação do evento, Luiz Fernando Silva, o espetáculo mais emblemático dessa abordagem é Amarillo, que significa amarelo em espanhol, a cor intensa do sol no deserto. “É um espetáculo bem visual, por causa da performance dos atores, trazendo projeções, contextualizando”, disse o coordenador.  

Amarillo também é o nome de um povoado do estado norte-americano do Texas, que fica próximo à fronteira mexicana. Na peça, um cidadão mexicano tenta atravessar a fronteira em direção ao local, mas jamais consegue chegar ao seu destino.

Além dos sete espetáculos mexicanos, outros 38 representam os seguintes países: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela e Brasil. Todas as peças são acompanhadas de legenda, tanto para que os brasileiros possam compreender os espetáculos, quanto para que os grupos estrangeiros entendam as peças nacionais.

Nesta edição, o festival antes realizado apenas em Santos se estendeu para outras cidades da região litorânea paulista: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Praia Grande e São Vicente. Para Luiz Fernando, isso é reflexo do crescimento do festival, que passou de 11 mil ingressos disponibilizados para os espaços fechados, em 2010, para 18 mil na edição atual.

O festival terá também uma programação paralela com exposições, lançamentos de livros, oficinas, shows e performances. Da Espanha, o Circo de Las Penas traz máquinas de chorar, recordar e medir o amor. “São engenhocas que trazem a relação do homem com a máquina, os sentimentos envolvidos”, conta Luiz Fernando.

Haverá, além disso, mesas de debates sobre perspectivas para o teatro brasileiro no século 21, sobre o teatro mexicano na questão das imigração e fronteiras, entre outros.

Toda a programação do Mirada está no site do evento. O preço dos ingressos é R$ 10, mas usuários matriculados no Sesc, maiores de 60 anos, estudantes e professores da rede pública pagam meia entrada. Trabalhadores do comércio e de serviços matriculados no Sesc e os menores de 12 anos pagam R$ 2,50.

Edição: Andréa Quintiere