Presentes para Dias dos Pais sobem menos que a inflação em 12 meses

08/08/2012 - 18h56

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os produtos e serviços relacionados entre os presentes para o Dia dos Pais subiram, em média, menos que a inflação dos últimos 12 meses, compreendidos entre agosto de 2011 e julho de 2012. É o que mostra pesquisa divulgada hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Enquanto a inflação acumulada em um ano pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC/FGV) subiu 5,65%, os 19 itens mais procurados para o Dia dos Pais tiveram variação positiva de 4,79%.

O economista André Braz, da FGV, disse à Agência Brasil que, em termos reais, o consumidor não vai perceber nenhum aumento de preço, dependendo das escolhas dos filhos para presentear os pais.

“Se a escolha for financiar um almoço ou jantar, acompanhado de um programa, como cinema, por exemplo, a percepção vai ser encarecimento, porque tanto restaurante como cinema, nos últimos 12 meses, subiram mais que a inflação”, disse Braz. As variações foram 6,45% (restaurante) e 8,97% (cinema).

O economista advertiu, porém, que se a escolha for dar um presente na linha de vestuário ou eletroeletrônico, a percepção é que os preços não subiram tanto. “Depende um pouco do foco do presente do pai. Em média, ficaram abaixo da inflação. Mas, dependendo da escolha, o consumidor pode ter sensações diferentes”.

Entre os eletrônicos, Braz chamou a atenção para o segmento de informática, como computadores, que estão mais baratos que no ano passado (- 4,15%). O economista alertou, contudo, que é uma compra de alto valor e requer alguns meses prévios de economia. “Porque é um bem caro”. A recomendação é a pessoa se preparar para uma compra desse porte.

“Quem decidir fazer a compra de um computador, que será um objeto útil e interessante para o pai, deve fazê-lo considerando a taxa de juros de um suposto financiamento ou, mesmo, adiar a compra agora pela falta de dinheiro necessário para comprá-lo à vista que, a meu ver, seria a melhor condição”.

Segundo Braz, não é porque o produto apresentou queda de preços média em relação ao ano passado que ele se constitui em item indicado pela FGV para compra. “Isso vai depender da renda e da disponibilidade financeira de cada um”.

De acordo com a tabela da FGV, as maiores quedas de preços para produtos e serviços no Dia dos Pais foram identificadas em aparelhos de DVD e blue-ray (-7,48%), telefone celular (-6,88%) e máquina fotográfica e filmadoras (-5,71%). Segundo o economista da FGV, é natural encontrar-se preços mais baixos a cada dia nesses segmentos devido à alta concorrência. No sentido inverso, a relação dos produtos e serviços que mais encareceram é liderada por sapato masculino (9,38%) e show musical (9,14%).

André Braz recomendou aos consumidores que deixaram para comprar o presente dos pais na última hora que façam uma pesquisa. Ele lembrou que estamos entrando em um período de liquidações e elas “ajudam a gente a encontrar produtos com aumentos menores. Mas, para isso, tem que gastar um pouco de sola de sapato, para comprar um presente com qualidade e a um preço mais justo”.

Edição: Fábio Massalli