ONU deve votar resolução em que condena Conselho de Segurança por falta de ação em relação à Síria

03/08/2012 - 8h01

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) planeja votar hoje (3) uma resolução que condena o Conselho de Segurança do órgão por sua incapacidade de determinar ações contra o governo da Síria. A proposta em discussão foi apresentada pela Arábia Saudita, que apoia a oposição ao governo do presidente sírio, Bashar Al Assad.

A votação, no entanto, é basicamente simbólica, pois não oferece quaisquer imposições sobre os países que vêm promovendo vetos a resoluções (China e Rússia) relacionadas à Síria. O objetivo prático da medida é pressionar o Conselho de Segurança a adotar ações efetivas contra o governo sírio.

A votação ocorre um dia depois de Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, renunciar ao cargo de mediador oficial das Nações Unidas e da Liga Árabe na Síria. Ele fica no cargo até dia 31, quando termina o mandato. Annan insistiu na adoção de um plano de paz com seis pontos. Assad e a oposição não chegaram a um consenso.

Para Annan, há intransigência do governo Assad. Ele criticou a falta de união do Conselho de Segurança da ONU, em uma referência indireta à Rússia e à China, que resistem à imposição de sanções à Síria. Segundo Annan, a tendência é que a onda de violência, que dura 17 meses, intensifique-se.

Apenas ontem (2), segundo ativistas políticos, 170 pessoas morreram em todo o país em decorrência dos embates entre oposição e forças aliadas ao governo Assad. Pelo menos 50 pessoas foram mortas na região de Hama, perto de Alepo. Um campo de refugiados palestinos em Yarmouk, nas proximidades de Damasco, a capital, também foi atingido pelos bombardeios.

Organizações não governamentais estimam que mais de 20 mil pessoas, a maioria civis desarmados, tenham morrido em 17 meses de conflitos. A oposição exige que Assad renuncie, e quer mais liberdade política e de expressão e o fim das violações aos direitos humanos.

*Com informações da BBC Brasil // Edição: Juliana Andrade