Miriam Belchior diz que cronograma de negociação da greve será seguido pelo governo

26/07/2012 - 17h51

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse hoje (26) na divulgação do quarto balanço do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), que o cronograma de negociação da greve dos servidores tem sido cumprido pelo governo. Ela destacou que os sindicatos que representam a categoria foram informados desde o início do ano que as propostas só seriam apresentadas no final de julho e início de agosto. A greve tem adesão de mais de 350 mil servidores federais em todo o país, de acordo com os sindicatos.

“A gente tem trabalhado com esse cronograma. Acreditamos que a greve é direito dos trabalhadores, desde que eles assumam todas as consequências desse ato. Está havendo o corte de ponto, porque se uma pessoa falta ao trabalho tem o dia descontado. Não é nenhuma punição excepcional. Mas as negociações seguem abertas”, disse a ministra.

Para Miriam Belchior, “não é normal parar de trabalhar e ganhar por isso”. Ela admitiu que a intenção do governo mudou ao longo do ano porque, a partir de maio e início de junho, “o cenário econômico ficou mais sombrio”, fazendo com que as contas fossem refeitas e, assim, analisar qual proposta seria possível fazer “de forma responsável” aos servidores.

A ministra disse que, no caso dos professores universitários e dos institutos técnicos, o governo acredita ser possível fazer um acordo, ainda que um dos sindicatos da categoria tenha rejeitado a proposta do governo apresentada ontem (25), de reajustes que variam de 25% a 40%. Ela lembrou que um dos sindicatos da categoria concordou com a proposta, que ainda será levada às assembleias.

“Para as demais categorias, estamos ultimando nossas contas do Orçamento [da União] para poder apresentar às categorias; se poderemos atender e o que poderemos atender”, disse Miriam Belchior, durante o quarto balanço do PAC 2 .

Durante a divulgação dos números, servidores da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (ANEinfra) distribuíam um comunicado ameaçando cruzar os braços caso o governo não atenda às reivindicações da categoria. Segundo o presidente da ANEinfra, Guilherme dos Santos Floriani, até o dia 31 de julho, a categoria aposta no diálogo com o governo.

“Nós queremos o reenquadramento da carreira de analista de infraestrutura no ciclo de gestão, com elevação do patamar remuneratório, o que dá um pouco mais de 30%”, disse. Ele também informou que um analista do governo em infraestrutura ganha, em início da carreira, cerca de R$ 8,8 mil, sendo a metade gratificação.

O representante dos analistas em infraestrutura informou também que o reenquadramento com outras categorias daria autonomia técnica aos servidores para desempenhar as funções na melhoria da tomada de decisão. “Também seria compatível com o valor do mercado de trabalho fora do setor público. Perdeu a atratividade. No último concurso, não teve analistas aprovados em número suficiente para preencher as vagas abertas”, informou.


Edição: Lana Cristina