Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Uma operação da Polícia Civil em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio, para reprimir o uso de crack, retirou hoje (24), do Complexo de Manguinhos, 71 pessoas da região. Entre elas, 16 menores de idade e duas mulheres grávidas. Muitos fugiram com a chegada do comboio da polícia. Outros resistiram, mas foram contidos pelos assistentes sociais.
Segundo Marcelo Maia, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Decav) e responsável pela ação, feita a pedido do Ministério Público Estadual (MP-RJ), os policiais vinham mapeando a área há dois meses. “Vários locais foram mapeados para saber onde fica a entrada por onde eles fogem para a gente conseguir, com o máximo de êxito, surpreender essas pessoas que estão em situação de risco”, disse o delegado.
De acordo com a Secretaria de Assistência Social, em dois meses, esse foi o maior número de moradores de rua e dependentes químicos recolhidos na cidade. Além da Decav, a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) também apoiou a operação. Apesar da tensão, por estarem em locais dominados pelo tráfico de drogas, não houve confronto na ação de retirada dos moradores de rua.
Durante a ação na comunidade do Arará, a polícia apreendeu uma pistola calibre 9 milímetros, munição, um rádio comunicador, além de 534 pedras de crack e uma pequena quantia de dinheiro. O material foi abandonado em uma barraca improvisada com lençóis e pedaços de madeira. Duas mulheres que estavam no local foram levadas para delegacia, assim como o restante dos acolhidos. Um homem que fumava crack dentro do pátio da Decav foi detido.
Marcelo Maia acredita que os traficantes estão mudando a tática para a venda do entorpecente. “A gente verificou que traficantes estão se infiltrando entre os viciados para facilitar a venda de drogas e até mesmo alertar os demais traficantes quando a polícia chegar”, relatou.
Todas as pessoas acolhidas passaram por processo de identificação. Os adultos foram encaminhados para abrigos municipais. Já as crianças e adolescentes, se o uso da droga for comprovado, serão levados para centros de tratamento compulsório.
Edição: Lana Cristina