Paraguai pediu também anulação da entrada da Venezuela no Mercosul

23/07/2012 - 12h44

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Na ação encaminhada ao Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul, o governo do Paraguai pedia não só a anulação de sua suspensão do Mercosul, como também da incorporação da Venezuela ao bloco. No sábado (21), o tribunal informou que, atendendo à demanda das autoridades paraguaias, examinou a questão, mas rejeitou o pedido porque faltaram os “requisitos para admissibilidade”.

O Ministério das Relações Exteriores informou à Agência Brasil que não se manifestará sobre o assunto. Na avaliação do Itamaraty, não há razão para o governo brasileiro se manifestar porque a decisão diz respeito a um órgão multinacional.

Oficialmente, o governo do Uruguai não se manifestou sobre o assunto. Na decisão, não há referência à a legitimidade do atual governo paraguaio. Mas as autoridades do país entenderam que a manifestação do tribunal ratifica a gestão em curso.

A medida foi analisada pelos cinco titulares do órgão – o presidente, o brasileiro Jorge Fontoura, os argentinos Welber Barral e Carlos Correa, além do uruguaio José Gamio e o paraguaio Roberto Ruiz Diaz.

Na decisão de 17 páginas, os cinco magistrados do tribunal fazem um histórico da situação no Paraguai. O texto destaca que o país foi suspenso do Mercosul em decorrência de uma decisão unânime dos presidentes Dilma Rousseff (Brasil), Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai).

Os presidentes suspenderam o Paraguai das decisões do Mercosul até abril de 2013, quando ocorrem eleições gerais no país. A medida foi tomada como reação ao processo de destituição do poder do então presidente paraguaio Fernando Lugo. Ele foi submetido a um processo de impeachment e, em menos de 24 horas, deixou o governo.

Para as autoridades sul-americanas, houve uma ruptura no processo democrático no Paraguai, que passou a ser governado pelo vice-presidente Federico Franco. No entanto, as autoridades paraguaias reiteraram, no documento encaminhado ao tribunal do Mercosul, que a Constituição do país foi respeitada e negam a ruptura da democracia.

Edição: Juliana Andrade//Matéria alterada às 17h49 para esclarecimento de informações