Bernardo diz que governo não quer demonizar operadoras de celular

23/07/2012 - 19h28

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse hoje (23) que o governo não tem intenção de demonizar nenhuma operadora de telefonia nem tratá-las como vilãs, ao proibir a habilitação de novas linhas de celulares. “São empresas importantes, no ano passado investiram R$ 20 bilhões no país. Mas a empresa tem que manter uma relação boa com os consumidores, que é quem paga a conta. Se as reclamações começam a crescer, temos que olhar para isso”.

Paulo Bernardo garantiu que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai decidir por critérios técnicos sobre a liberação da venda, que está condicionada à apresentação de um plano de melhorias dos serviços. Segundo ele, o ministério não vai pressionar a agência reguladora para tomar uma decisão rápida. Ele considera um prazo de 15 dias razoável para que o problema seja resolvido.

O ministro disse que a presidenta Dilma Rousseff considerou a medida da Anatel acertada, e cobrou compromisso de melhoria das empresas. Cliente da operadora TIM, que teve o maior número de suspensões pela Anatel, Paulo Bernardo disse que ele mesmo enfrenta dificuldades com a rede 3G da operadora. “Na última sexta-feira [20], fiquei todo o dia sem sinal”, declarou.

A proibição de comercialização de linhas de telefonia celular e internet em 19 estados para a operadora TIM, cinco estados para a Oi e três para a Claro começou a valer a partir de hoje.

A Justiça não acatou o pedido da TIM contra a decisão da Anatel. Para o ministro, recorrer à Justiça é um direito da empresa, mas isso não vai impedir o diálogo. “A empresa vai ter que fazer propostas e atender às exigências da Anatel, se não eles vão ficar suspensos”.

Na tarde de hoje, o presidente da Claro, Carlos Zenteno, levou ao ministro o plano de melhoria dos serviços da operadora, que foi apresentado pela manhã à Anatel. Segundo Zenteno, os detalhamentos solicitados pela agência deverão ser apresentados amanhã (24).

 

Edição: Aécio Amado