Brasil consultou autoridades estrangeiras sobre situação na Síria antes de decidir sobre transferência

20/07/2012 - 14h08

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A decisão de retirar o embaixador do Brasil na Síria, Edgard Casciano, e os diplomatas foi tomada ontem (19), depois de o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversar com várias autoridades no exterior que acompanham o assunto e verificar o agravamento da violência no país. A decisão foi tomada pela presidenta Dilma Rousseff à noite.

Para respaldar a decisão, Patriota conversou com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi – que acompanha de perto os acontecimentos na Síria –, com o próprio embaixador Casciano, e obteve informações de mais embaixadores estrangeiros em Damasco de que ontem foi um dos dias mais violentos dos últimos 16 meses, desde que eclodiram os conflitos na região.

“A situação na Síria se agravou muito nos últimos dias, depois do atentado no qual morreram os ministros da Defesa [Daoud Rajha], e do Interior, [Assef Shawkat], cunhado do presidente [Bashar Al] Assad e outros. A capital Damasco está enfrentando combates cada vez mais violentos nas ruas, inclusive na zona onde fica a Embaixada do Brasil”, disse Patriota.

Até o início da tarde de ontem, os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores estudavam a possibilidade de enviar 12 militares do Exército para a segurança da Embaixada do Brasil em Damasco. Mas, segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, por meio da assessoria de imprensa, a decisão foi suspensa devido à saída do embaixador e dos diplomatas brasileiros do país.

No entanto, Amorim informou, por intermédio de sua assessoria, que os militares estão preparados para partir para a Síria, se for necessário. Há militares da Marinha brasileira no Líbano participando da Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-Unifil).

Criada em 1978, a Unifil tem o objetivo de garantir a estabilidade na região, durante a retirada das tropas israelenses do território libanês. Essa missão de paz reúne cerca de 13.500 pessoas, entre militares e civis de mais de 30 países, inclusive do Brasil, sob o comando do general espanhol Alberto Asarta Cuevas.

Edição: Talita Cavalcante