Partido de Xanana Gusmão rejeita coligação com Frente Revolucionária no Timor Leste

15/07/2012 - 18h40

Da Agência Lusa

Brasília - O partido de Xanana Gusmão, que ganhou as eleições legislativas timorenses, mas não teve maioria absoluta, convidou o Partido Democrático e a Frente Mudança para formar o próximo governo, rejeitando uma coligação com a Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), disse hoje fonte oficial.

"A conferência decidiu por unanimidade que o Conselho Nacional da Reconstrução do Timor Leste (CNRT) convide o Partido Democrático e a Frente Mudança para formar o próximo governo. Não foi aceita a coligação com a Fretilin", disse à Agência Lusa o secretário-geral do CNRT, Dionísio Babo.

Segundo dados provisórios divulgados sexta-feira pela Comissão Nacional de Eleições, o CNRT ganhou as eleições legislativas de 7 de julho com 36,68% dos votos, tendo conseguido 30 lugares no Parlamento. O segundo partido mais votado foi a Fretilin, do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, que alcançou 29,89% dos votos e obteve 25 vagas. O Partido Democrático (PD), de Fernando La Sama de Araújo, garantiu 10,30% dos votos e oito lugares e a Frente Mudança, do atual vice-primeiro-ministro José Luís Guterres, obteve 3,11% dos votos e dois lugares no Parlamento.

O secretário-geral do CNRT adiantou que o partido aguarda agora o apuramento final dos resultados e a convocatória do presidente da República para formar governo. Entretanto, o partido de Xanana Gusmão avançará com os convites aos dois partidos para começar a "discutir já pormenores sobre a formação do próximo governo. Esperamos que possa haver uma decisão final [sobre a formação do governo] antes do dia 30".

A Comissão Nacional de Eleições terminou na sexta-feira (13) a apuração dos resultados das eleições. Só depois de anunciados os resultados oficiais pelo Tribunal de Recurso e publicados no Jornal da República é que o presidente do Timor Leste, Taur Matan Ruak, deverá convocar os partidos para formar governo.

A Constituição do Timor Leste não define prazos para a tomada de posse dos membros do governo, mas o mandato do atual executivo termina no dia 8 de agosto, precisamente cinco anos depois da sua posse. Depois de divulgados os resultados no Jornal da República, o Parlamento tem 15 dias para dar posse aos novos deputados.