Ex-presidentes argentinos são condenados por subtração de bebês durante a ditadura militar

05/07/2012 - 21h31

Daniella Jinkings*
Repórter da Agencia Brasil

Brasília – Os ex-presidentes da Argentina Jorge Rafael Videla e Reynaldo Bignone foram condenados a 50 e 15 anos de prisão em regime fechado, respectivamente, por subtração de bebês durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983). A estimativa é que mais de 100 crianças, filhas de prisioneiras grávidas durante o regime militar, tenham sido entregues para adoção a militares ou policiais durante o período.

As sentenças foram proferidas pelo Tribunal Federal Oral Nº 6. Além de Videla e Bignone, também foram condenados o ex-almirante Antonio Vanek (40 anos), o ex-capitão da Marinha Jorge El Tigre Acosta (30 anos) e o ex-general Osmar Santiago Riveros (20 anos). Todos foram julgados por "subtração, ocultação, retenção e substituição de identidade”.

O julgamento ocorreu após 15 anos do começo das investigações. O processo foi movido pela líder da organização Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto. A organização reúne mães e avós de adultos e crianças desaparecidas durante os governos militares na Argentina. Tradicionalmente, às sextas-feiras, elas se reúnem na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires, para pedir providências das autoridades.

Videla, 86 anos, já havia sido condenado pela Justiça, em dezembro de 2010, à prisão perpétua por crimes de lesa-humanidade, como o assassinato de 31 presos políticos. Bignone, 84 anos, também recebeu a pena de prisão perpétua em abril de 2011 por sequestros, torturas, assassinatos e desaparecimento de pessoas durante o regime militar.

*Com informações da agência pública argentina Telam

 

Edição: Aécio Amado