Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheceu hoje (27) que mais de 70% dos funcionários da autarquia aderiram ao movimento de greve. A paralisação começou no último dia 18.
Segundo a assessoria do Incra, as atividades estão “praticamente paradas” e os dirigentes do órgão continuam negociando a pauta de reivindicação com o movimento.
Pelo balanço atualizado hoje pela Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra (Cnasi), que coordena o movimento grevista, a adesão supera as estimativas do órgão, considerando que 25 superintendências regionais (SRs), de um total de 30, decidiram participar da greve. Apenas os servidores das superintendências regionais do Incra no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Sergipe, Alagoas e Roraima ainda não aderiram ao movimento.
Os representantes do movimento tiveram duas reuniões com integrantes da Secretaria de Negociações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog). De acordo com a assessoria do Mpog, o governo vai apresentar uma proposta para solução do impasse até o dia 31 de julho. Este tem sido o prazo definido pelo ministério para responder às reivindicações de mais de 50 categorias que também estão mobilizadas.
A assessoria do Mpog explicou que cada pauta está sendo tratada separadamente. O prazo final para responder a todas reivindicações é 31 de agosto, quando o Poder Executivo tem que encaminhar a Lei Orçamentária de 2013 para apreciação do Congresso Nacional.
Além da reivindicação por melhorias salariais, Reginaldo Marcos Aguiar, diretor nacional da Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra, disse que a pauta do movimento inclui medidas para o fortalecimento do órgão e também do Ministério do Desenvolvimento Agrário, ao qual o Incra é subordinado. “Não adianta aumentar salário e não melhorar infraestrutura ou promover concursos para a entrada de novos servidores”, disse.
O último concurso do órgão ocorreu em 2010. “Ainda têm 400 aprovados que não foram chamados. O prazo venceria no próximo mês, mas foi estendido para o final do ano”, disse o líder grevista. Segundo ele, dos 5,5 mil servidores do Incra, 2 mil têm condições para aposentadoria. “Eles já têm idade e tempo de serviço. Como o órgão paga mal, eles não vão querer continuar”.
Os servidores em greve defendem a realização de novos concursos públicos para que, pelo menos, 3 mil novos funcionários sejam contratados. A outra reivindicação do movimento é pela recomposição do orçamento do instituto. O orçamento do Incra este ano teve redução de quase R$ 1 bilhão em relação ao orçamento de 2011.
“O Incra perdeu pouco mais de 25% do orçamento este ano. O nosso orçamento era quase R$ 4 bilhões. Enquanto isso, a gente continua atendendo a quase 10 milhões de pessoas no país, entre ribeirinhos, moradores de comunidades extrativistas, assentados e acampados”, criticou Aguiar.
Edição: Fábio Massalli
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