Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Estudo sobre a qualidade da matriz elétrica mundial mostra que o Brasil é um dos países que mais contribuem para a sustentabilidade no mundo, no que diz respeito à sua matriz elétrica. O estudo foi divulgado hoje (19) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) no Humanidade 2012, evento paralelo à Rio+20.
“O Brasil emite cerca de 60 toneladas de gás carbônico para gerar um gigawatt-hora (GWh). O mundo, na média, emite quase dez vezes mais, da ordem de 500 toneladas para gerar um GWh”, disse à Agência Brasil o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Cristiano Prado.
Segundo ele, o Brasil usa muita hidreletricidade e energia nuclear. “Os países que usam outras formas de energia mais poluentes acabam emitindo mais gás carbônico e, em consequência, poluindo mais para gerar energia elétrica”, explicou o economista da Firjan.
No ranking de qualidade da matriz de energia elétrica dos 71 principais países do mundo, o Brasil aparece na quinta posição, depois da Suíça, Noruega, Suécia e Islândia.
Em comparação aos países que integram o Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brasil está mais bem posicionado, uma vez que emite menos gases de efeito estufa. “Na verdade, ele emite quase 11 vezes menos do que a média dos demais países do Brics”.
Cristiano Prado declarou que esse é um dado muito positivo, porque como o Brics apresenta uma perspectiva de continuidade de crescimento forte nos próximos anos, “o Brasil, com a qualidade de sua matriz elétrica, é o que menos impactará o planeta no que diz respeito à geração de energia para suportar o crescimento”.
A análise é válida também para os dez maiores países do mundo, cuja relação inclui o Brasil. Nessa comparação, o país ocupa a melhor posição em termos de qualidade da matriz. “Ele é o que menos contribui para poluir o planeta no que diz respeito à geração de energia elétrica”. Além disso, Prado ressaltou que do total de emissões de gás carbônico equivalentes durante a geração de energia, o Brasil ocupa também uma posição de vanguarda, de acordo com dados de 2009 da Agência Internacional de Energia.
“O Brasil contribui com 0,3% das emissões de gás carbônico quando gera energia elétrica. Os dez maiores países correspondem a 70,6%”. A contribuição de emissões no mundo dos Estados Unidos, em termos de geração de energia elétrica, alcança 22,4% e da China, 26,3%.
“Portanto, tanto no que diz respeito à qualidade da matriz elétrica, como à quantidade de emissões [de gases de efeito estufa] para gerar energia, o Brasil ocupa uma posição de destaque e contribui para a sustentabilidade do mundo de hoje”, disse.
Edição: Aécio Amado