Humanidade 2012, evento paralelo à Rio+20, quer recolocar o homem no centro das preocupações do desenvolvimento

11/06/2012 - 23h05

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Quase 200 pessoas, entre empresários, autoridades, ambientalistas, parlamentares acionaram ao mesmo tempo um botão vermelho, no espaço denominado Catedral, montado no Forte de Copacabana, na capital fluminense, para colocar no prumo um pêndulo com o objetivo de criar, pela primeira vez, uma ideia conjunta de humanidade.

A solenidade abriu oficialmente hoje (11) o evento Humanidade 2012, que ocorrerá em paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que começa na próxima quarta-feira (13). O evento teve a presença do vice-presidente da República, Michel Temer, representando a presidenta Dilma Rousseff.

Com o Humanidade 2012, segundo Temer, o que se pretende é recolocar o homem no centro do universo. Para isso, sublinhou a necessidade de que sejam feitas ações em conjunto, como a que abriu o evento oficialmente esta noite, “reunindo todas as nacionalidades, tendências, concepções filosóficas, políticas, religiosas em um único centro”.

O vice-presidente ressaltou que isso ocorre na Rio+20, onde há uma preocupação em dar ao homem o melhor das condições materiais, ou seja, o desenvolvimento. Temer deixou claro, entretanto, que essa preocupação se refere à preservação do homem para o futuro, e isso pressupõe a manutenção do meio ambiente. “É preciso preservar o meio ambiente. Mais uma vez, o homem está no centro dessas preocupações”, disse.

Para o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, o Humanidade 2012 visa a conciliar, por meio de exposições, debates, oficinas e seminários, o desenvolvimento e a preservação, o crescimento econômico e a natureza, a intervenção do homem e o respeito ao meio ambiente.

Segundo Gouvêa Vieira, nos próximos 12 dias, o Humanidade 2012 estará aberto ao público, que vai “vivenciar a sustentabilidade”, em um espaço democrático e plural. Ele destacou que a indústria brasileira está fazendo a sua parte no que tange, por exemplo, à redução das emissões de gases poluentes e ao reaproveitamento da água, bem como ao uso e à eficiência dos recursos naturais. Para Gouvêa, o sonho de todos os brasileiros é que a sustentabilidade possa ser, em breve tempo, a base das políticas públicas.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaff, por sua vez, disse que o Brasil tem muitos exemplos para dar em termos de desenvolvimento sustentável, durante a Rio+20. Um deles é a predominância da energia hidrelétrica na matriz energética nacional, que emite “100 vezes menos do que o gás, do que o carvão. Enquanto na matriz energética no mundo 17%, em média, são hidrelétricas, no Brasil, são 84%. Então, nós temos exemplo para dar na geração de energia”.

O empresário lembrou que além de respeito ao meio ambiente, a sustentabilidade significa o equilíbrio entre a economia e a área social. “Crescimento sustentável é o respeito ao meio ambiente, mas também a busca do equilíbrio com desenvolvimento econômico e social, dando oportunidade às pessoas”. Tudo isso, disse, vai ser falado no espaço Humanidade 2012, ressaltou o presidente da Fiesp.

Durante a solenidade, foi prestado um tributo ao ex-ministro de Minas e Energia, Eliezer Batista, considerado um dos precursores em relação à preocupação com o meio ambiente. Batista foi um dos responsáveis pela criação da lei de incentivo fiscal ao plantio e reflorestamento no país e presidiu a mineradora Vale, antes da privatização, quando a empresa era denominada Companhia Vale do Rio Doce.

 

Edição: Aécio Amado