BNDES espera redução do juro bancário depois de anunciar corte nos juros de empréstimo à indústria

05/06/2012 - 19h25

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Durante o anúncio da redução dos juros para linhas de financiamento de capital de giro, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, cobrou hoje (5) a redução do spread bancário para baratear os empréstimos a empresas. O spread é a diferença entre o custo de captação dos recursos e os juros cobrados dos clientes nas operações de crédito.

De acordo com Coutinho, com a redução de até 6% do juro de linhas de crédito do BNDES para empresas, a meta é que os juros cobrados pelos bancos aos empresários não ultrapasse 9% ao ano. “Quanto mais perto de 9%, melhor”. Atualmente, o spread varia entre 4,7% e 2,4 % e se reflete em juros que vão de 11% a 12% aplicados pelos bancos privados nas operações aos clientes finais.

“Oferecemos taxas extremamente favoráveis e demos aos agentes financeiros a oportunidade de colaborar com o país, com a indústria, em termos de procurar uma política de spread mais condizente com a redução de taxas”, disse o presidente do BNDES. “Gostaríamos que nosso esforço fosse integralmente repassado”.

O BNDES quer que a redução das taxas de juros beneficie a indústria, cujo desempenho médio dos últimos meses está baixo, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para essas empresas, é mais difícil oferecer ajuda, segundo Coutinho, uma vez que ofertas mais vantajosas estão disponíveis para as grandes. “Esperamos que as linhas do BNDES deem uma contribuição importante para aliviar a situação do crédito na indústria, permitir que o setor possa ampliar a produção em condições de crédito e de capital de giro mais condizentes com a situação atual do país e ainda reciclar a dívida da própria indústria, à medida que é um programa de três anos”, completou Coutinho.

O presidente do BNDES ressaltou que não quer “engessar” os agentes financeiros ou atrapalhar a livre competição. “São os bancos que assumem os riscos e é lícito que os avalie. O BNDES não tem capilaridade”, lembrou, sobre o fato de a instituição não fazer empréstimos diretos. “É o banco que conhece o histórico dos clientes”.

Segundo dados do BNDES, o Banco do Brasil é o principal operador dos empréstimos para as linhas de capital de giro das empresas. Em seguida, aparecem Itaú Unibanco e Votorantim.

Edição: Lana Cristina