Roberta Lopes*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A condenação à prisão perpétua do ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, por participação na morte de manifestantes contrários ao regime na revolução egípcia de 2011 provocou repercussões.
Organizações de direitos humanos consideraram que a absolvição de seis dirigentes da polícia no julgamento em que Mubarak foi condenado pela morte de 850 manifestantes continua a encorajar uma cultura de impunidade da polícia.
Seis ex-comandantes da polícia foram absolvidos por envolvimento nas mortes de centenas de manifestantes contrários ao regime de Mubarak. A Justiça considerou que não ficou provado que foi a polícia que matou os manifestantes. Além disso, as testemunhas eram pouco confiáveis.
Para a Anistia Internacional, a sentença de Mubarak "é um passo à frente na luta contra uma impunidade de longa data no Egito", mas a absolvição dos chefes da segurança "deixa muita gente à espera de justiça".
A Human Rights Watch no Cairo afirma que “o veredito não faz justiça, não impede a polícia de abusos futuros e surge num contexto de absolvições em julgamentos de polícias".
O candidato a presidente do Egito, Ahmad Chafiq, primeiro-ministro do ex-presidente Hosni Mubarak, afirmou que as decisões da Justiça devem ser aceitas. Já o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi, disse, por meio de seu porta-voz, que considerou "uma farsa" a sentença do ex-presidente Mubarak e pediu um novo julgamento.
“O que importa dessa sentença é que o líder do regime e o ministro do Interior caíram, mas o resto do regime mantém-se", disse o porta-voz.
O segundo turno das eleições presidenciais no Egito está marcado para os dias 16 e 17 de junho.
* Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Lílian Beraldo