Entidades de direitos humanos criticam absolvição de policiais em julgamento no Egito

02/06/2012 - 13h42

Roberta Lopes*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A condenação à prisão perpétua do ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, por participação na morte de manifestantes contrários ao regime na revolução egípcia de 2011  provocou repercussões.

Organizações de direitos humanos consideraram que a absolvição de seis dirigentes da polícia no julgamento em que Mubarak foi condenado pela morte de 850 manifestantes continua a encorajar uma cultura de impunidade da polícia.

Seis ex-comandantes da polícia foram absolvidos por envolvimento nas mortes de centenas de manifestantes contrários ao regime de Mubarak. A Justiça considerou que não ficou provado que foi a polícia que matou os manifestantes. Além disso, as testemunhas eram pouco confiáveis.


Para a Anistia Internacional, a sentença de Mubarak "é um passo à frente na luta contra uma impunidade de longa data no Egito", mas a absolvição dos chefes da segurança "deixa muita gente à espera de justiça".

A Human Rights Watch no Cairo afirma que “o veredito não faz justiça, não impede a polícia de abusos futuros e surge num contexto de absolvições em julgamentos de polícias".

O candidato a presidente do Egito, Ahmad Chafiq, primeiro-ministro do ex-presidente Hosni Mubarak, afirmou que as decisões da Justiça devem ser aceitas. Já o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi, disse, por meio de seu porta-voz, que considerou "uma farsa" a sentença do ex-presidente Mubarak e pediu um novo julgamento.

“O que importa dessa sentença é que o líder do regime e o ministro do Interior caíram, mas o resto do regime mantém-se", disse o porta-voz.

O segundo turno das eleições presidenciais no Egito está marcado para os dias 16 e 17 de junho.

* Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa  //    Edição: Lílian Beraldo