Após maior seca dos últimos 60 anos, Rio Grande do Sul tem previsão de chuva nos próximos dias

30/05/2012 - 21h31

Da Agência Brasil

Brasília - Os 145 municípios em estado de emergência por causa da estiagem que atinge o Rio Grande do Sul poderão ter um alívio a partir desta semana. A previsão amanhã, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de tempo nublado, com pancadas de chuva e possibilidade de queda de granizo nas regiões norte, noroeste, nordeste e no centro do estado. O frio também será intenso e a mínima prevista para amanhã é 3 graus Celsius (ºC).

O Rio Grande do Sul enfrenta desde novembro do ano passado, a maior seca dos últimos 60 anos. De acordo com o Centro Estadual de Meteorologia (Cemet-RS), com a chegada do inverno as chuvas voltarão à normalidade. O instituto prevê chuvas fracas já na primeira semana de junho e um aumento das precipitações na segunda quinzena do mês.

O governo estadual, por meio da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), liberou R$ 4 milhões para as cidades atingidas pela estiagem. Esse valor será destinado à perfuração de poços profundos, para obras de reforços como aproveitamento de poços, dragagem e desassoreamento de barragens, instalação de válvulas reguladoras de pressão e contratação de caminhões-pipa e para análises técnicas, físico-químico e bacteriológicas em águas provenientes dos poços perfurados.

O governo prevê ainda a transposição do Rio do Cravo em Erechim, das águas do Rio Jacuí para o recalque do Rio Passo Fundo Novo, e do Rio Passo da Porteira para a Barragem Arroio das Pedras. Um investimento de cerca de R$ 35 milhões, que serão liberados pelo Governo Federal e pelo estado.

O meteorologista Flávio Varone, do Cemet-RS, explicou que a causa da estiagem se deve pelo fenômeno La Ninã, que altera a circulação dos ventos que favorecem a formação de chuvas. Ainda segundo Varone, a atmosfera está voltando ao normal aos poucos.

“La Niña já acabou, agora estamos em um período que se chama neutralidade. Aos poucos a atmosfera está voltando [ao normal], para isso precisamos do suporte principalmente da umidade da Amazônia, que está deslocada para o Sudeste e Centro-Oeste. Essa umidade vai migrar para o Rio Grande do Sul e trazer a chuva que todo o mundo espera”.
 

Edição: Rivadavia Severo