Queda de juros é incentivo para aplicadores comprarem títulos prefixados

23/05/2012 - 18h12

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A queda dos juros básicos da economia serve de incentivo para que as pessoas físicas comprem títulos públicos prefixados de longo prazo, disse hoje o coordenador de Operações da Dívida Pública José Franco de Morais. Ao comentar o resultado da Dívida Pública Federal (DPF) em abril, ele disse que os investidores que adquirirem esses tipos de papéis podem obter rendimentos maiores que a poupança, cujo rendimento foi alterado.

“Em um cenário de queda de juros, quem tem títulos prefixados ganha porque as taxas não se alteram. Quem tem LFT [papel corrigido pela taxa Selic] perde porque o rendimento acompanha a diminuição dos juros”, explicou Morais. Segundo ele, modalidades como o Tesouro Direto, programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet, aparecem como alternativa, principalmente para os pequenos investidores.

Atualmente, a Selic, taxa de juros básicos da economia, está em 9% ao ano. Um título prefixado de curto prazo paga uma taxa próxima a esse valor. Já um papel prefixado que vence em 2023 paga 10% ao ano. Nesse caso, o investidor terá de esperar 11 anos para obter o dinheiro, mas, no fim do período, receberá quase o triplo do que aplicou. Mesmo com os impostos e as taxas, Morais considera o rendimento atraente.

De acordo com Morais, esse rendimento é superior ao dos fundos de investimento, que aplicam os recursos dos investidores em títulos vinculados a Selic e obtêm rendimentos de 9% ao ano, sem considerar o pagamento de Imposto de Renda e taxa de administração. A caderneta de poupança é isenta de impostos e taxas. Pela nova regra, a caderneta terá rendimento de 70% da taxa Selic caso os juros básicos fiquem abaixo de 8,5% ao ano ou de 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR) caso a Selic fiquem acima desse nível.

Por meio da dívida pública, o governo pega emprestados recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.

Com taxas definidas no momento da venda, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. Isso porque o governo sabe exatamente quanto vai pagar no vencimento do papel.
 

Edição: Rivadavia Severo