Militar brasileiro estava em comboio atacado na Síria

16/05/2012 - 0h55

Da BBC Brasil


Brasília - Um militar brasileiro viajava em um comboio de observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) atingido hoje (15) por uma explosão no Norte da Síria. Os observadores estavam na cidade de Khan Sheikhoun, localizada entre Idlib e Hama.

Segundo opositores do regime de Bashar Al Assad, apesar da presença dos observadores na região, forças sírias atacaram uma multidão que participava de um funeral na cidade.

O choque deixou ao menos 20 pessoas mortas, segundo a oposição. As mortes ocorreram apesar do acordo de cessar-fogo negociado pelo enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.

A ONU informou que quatro de seus veículos formavam um comboio. Três deles foram atingidos pela detonação de uma bomba improvisada instalada na estrada.

Nenhum observador militar se feriu no episódio, segundo informou o observador brasileiro, o capitão de mar e guerra Alexandre Feitosa, do Departamento de Missões de Paz da ONU, que não estava no comboio. "Não sei dizer em qual dos carros o brasileiro estava, mas amanhã (16) vamos apurar todos os detalhes", disse Feitosa à BBC Brasil.

Ahmad Fawzi, porta-voz de Kofi Annan, disse que uma patrulha foi mandada à região para resgatar os observadores. O governo da Síria não comentou o episódio.

Foi a segunda vez em menos de uma semana que um comboio da ONU escapou de explosões de bombas na Síria. Na última quarta-feira (9), outra explosão ocorreu perto de uma equipe de observadores em Daraa. Soldados sírios que acompanhavam a delegação ficaram feridos.

Desde o início das revoltas contra o governo, há pouco mais de um ano, ao menos 9 mil pessoas já morreram na Síria, de acordo com estimativas da ONU.

O nome do militar que estava no comboio atingido ainda não foi divulgado pela ONU. A organização pretende enviar um total de 300 observadores ao país.

O Brasil contribuirá com 11 militares - quatro da Marinha, quatro do Exército e três da Aeronáutica. Ao menos oito deles já operam na Síria.

Os observadores, que atuam desarmados, têm como principal missão monitorar o cumprimento do cessar-fogo entre tropas do regime e milícias de oposição estabelecido em 12 de abril.

Segundo Feitosa, apesar de uma diminuição da violência com a chegada dos observadores, ainda é possível presenciar confrontos e verificar a presença de armas pesadas nas cidades.