Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin) do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) iniciarão este ano o projeto que visa a auxiliar pequenas e médias empresas a medir e gerenciar suas emissões de gás carbônico.
O projeto foi aprovado em dezembro do ano passado e está na fase de assinatura do convênio, informou à Agência Brasil o gerente de Certificação de Sistemas da ABNT, Guy Ladvocat.
A expectativa é iniciar as atividades a partir de junho, após a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorrerá naquele mês, no Rio de Janeiro. O convênio prevê também o credenciamento da ABNT como organismo para validação de verificação de gases de efeito estufa.
Serão contempladas, a princípio, 200 pequenas e médias empresas, que terão seus inventários verificados pela ABNT. “É como se fosse uma certificação desse inventário realizado”.
Guy Ladvocat destacou o objetivo principal é fortalecer o mercado de carbono no Brasil. “A gente vai pegar um piloto de oito empresas e propor um projeto de redução de emissões que será implantado”. Depois disso, serão feitos um novo inventário e uma nova verificação. “Com essa diferença, ou seja, com a redução de emissões, a empresa vai dar entrada na Bovespa [Bolsa de Valores de São Paulo] para ter direito a receber créditos no mercado de carbono.”
Na avaliação da ABNT, isso abrirá caminho para as pequenas empresas participarem do mercado de crédito de carbono. A ideia é que o projeto se estenda por três anos. Há possibilidade de que a iniciativa tenha desdobramentos ao final desse período, caso apresente resultados significativos, adiantou o gerente de Certificação de Sistemas.
Ao término do projeto, está previsto o intercâmbio entre os países do Cone Sul, para divulgação e apresentação de benefícios e vantagens obtidos. Ele poderá ser adotado em outros países da região.
Os investimentos do BID no projeto atingem US$ 1 milhão. A contrapartida da ABNT, por meio de parceiros, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), alcança até o momento, US$ 1,8 milhão.
A associação pretende buscar apoio de outras fontes, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), entre outras entidades. “A nossa intenção é conseguir uma contrapartida maior, em torno de US$ 2,7 milhões”, disse Ladvocat.
Edição: Juliana Andrade
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