Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Moradores de áreas de risco de oito estados do Nordeste participam hoje (5) de simulados para preparação para desastres. Segundo o Ministério da Integração Nacional, que promove a ação, o objetivo é capacitar a população para agir em períodos de chuvas que ocorrem a partir de junho, no litoral nordestino.
Os estados que participam da ação são Alagoas, a Bahia, Pernambuco, o Ceará, a Paraíba, Sergipe, o Piauí e o Maranhão. De acordo com diretor do Departamento de Minimização de Desastres da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) do ministério, Rafael Schadeck, a ação visa a ensinar os moradores a agir da forma adequada em caso de enxurradas ou deslizamentos. “As pessoas são orientadas sobre como proceder, a partir do alerta de risco”, explicou.
Na simulação, os moradores são retirados das casas e direcionados pelas rotas de fuga até um ponto de encontro e, em seguida, vão para um abrigo, onde participam de palestras. Segundo Schadeck, esse treinamento ajuda não somente os moradores, mas também os órgãos locais que podem levar o planejamento da ação a outras localidades de risco.
Em situações de risco, os municípios emitem alerta, por exemplo, por meio de sirenes, e em alguns locais, por mensagens por celular.
Na comunidade Boa Vista, uma área de ocupação irregular às margens do Rio Cocó no Bairro Castelão, em Fortaleza, a simulação começa com uma moradora ligando para o 190 (Centro de Operações da Polícia). Ela informa que as casas da comunidade estão sendo invadidas pela água do rio. A Defesa Civil é acionada e desencadeia o processo de retirada da população. Agentes vão de casa em casa e guiam os moradores para um ponto seguro. No local, eles embarcar nas viaturas mobilizadas para a operação. Conduzidos ao abrigo (Centro de Referência de Assistência Social), no bairro próximo ao Castelão, eles recebem os primeiros atendimentos e toda a ajuda necessária.
Em Santo Amaro da Purificação, município com 65 mil habitantes no Recôncavo Baiano, por exemplo, o simulado focou as áreas de risco do bairro da Candolândia. Em 2011, o período de chuvas no primeiro e segundo semestres afetou mais de mil famílias, devido ao aumento do nível de água do Rio Subaé.
“Nos anos passados choveu muito e entrou muita água na minha casa. Este ano eu e meus seis filhos vamos participar do simulado pra saber o que precisamos fazer quando isso acontecer” contou Maria de Fátima da Conceição, 55 anos, que mora há dez anos na Candolândia.
Segundo o ministério, todos os simulados contaram com o apoio das coordenações estaduais e municipais de Defesa Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, de guardas de trânsito, do Grupo de Apoio a Desastres, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Cruz Vermelha e dos núcleos comunitários de Defesa Civil.
Edição: Juliana Andrade // Título alterado para correção