Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de uma visita ao canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte em Altamira (PA), o presidente da Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) vai defender tratamento igualitário aos trabalhadores das três maiores hidrelétricas que estão sendo construídas no país atualmente: Belo Monte, no Rio Xingu, Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (PA).
As principais reivindicações dos operários de Belo Monte, que ficaram em greve por dez dias, são o aumento do vale-refeição de R$ 95 para R$ 300 e a redução do intervalo entre as baixadas - as folgas que os trabalhadores têm para visitar suas famílias nos estados de origem - de 180 para 90 dias. Nas usinas Santo Antônio e Jirau, o intervalo entre as visitas é 90 dias e a cesta básica, que consiste em crédito para compras em mercados, é R$ 270.
“O consórcio precisa negociar com os trabalhadores porque não é adequado dar tratamento diferenciado; embora sejam consórcios diferentes, são empreendimentos da mesma natureza”, argumentou o deputado. Segundo ele, não pode haver distorções tão grandes, até porque muitos trabalhadores migram de uma obra para outra.
Nos próximos dias, os parlamentares pretendem levar essas questões para discussão com os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e do Trabalho, Brizola Neto. “O Poder Público tem que estar como conciliador, como intermediador dessas negociações para buscar o tratamento igualitário em todos os empreendimentos", acrescentou.
Na última quinta-feira (3), um grupo de deputados da comissão esteve em Altamira para verificar as condições de trabalho dos empregados de Belo Monte. Segundo Bala Rocha, o Consórcio Construtor de Belo Monte vem investindo na melhoria dos alojamentos dos trabalhadores, dos restaurantes e das salas de entretenimento.
Edição: Graça Adjuto