Bahrein vive clima de tensão antes de corrida da Fórmula 1

21/04/2012 - 17h03

Da BBC Brasil

Brasília – A capital do Bahrein, Manama, vive momentos de tensão neste sábado (21), em meio à expectativa de mais confrontos devido ao Grande Prêmio de Fórmula 1, a ser realizado no domingo (22). Veículos blindados e carros de polícia patrulhavam a cidade para conter possíveis manifestações como as de sexta-feira, que reuniram dezenas de milhares de pessoas, em sua maioria xiitas, em atos contra o governo.

Segundo a agência Reuters, já há relatos de protestos e enfrentamentos em diversas regiões do país neste sábado. Os manifestantes, integrantes da maioria xiita do país, dizem sentir-se marginalizados e criticam a volta da corrida de Fórmula 1 (F1) ao país. No ano passado, o Grande Prêmio (GP) foi cancelado em meio aos distúrbios da Primavera Árabe. A alegação dos críticos é que o evento legitima um governo de maioria sunita e a repressão contra a população.

Ao mesmo tempo, enquanto os pilotos da F1 se ocupavam das provas qualificatórias, ativistas da oposição disseram que o corpo de um manifestante foi encontrado nos arredores de Manama. O homem, identificado como Salas Abbas, teria participado dos protestos que se estenderam pela noite sexta-feira e a madrugada de sábado. Pelo Twitter, o Ministério do Interior do país confirmou a morte e disse que o caso será investigado.

"Não queremos a Fórmula 1", disse à BBC um manifestante, em condição de anonimato. "Eles ignoram nosso sofrimento durante esse show, mostrando que as coisas estão pacíficas, que as pessoas estão felizes. Mas a realidade não é assim", acrescentou o manifestante. O Bahrein é um dos países do Oriente Médio a registrar levantes relacionados à Primavera Árabe.

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA), órgão que controla a Fórmula 1, disse que só deu a luz verde para a realização do GP do Bahrein depois que o governo garantiu que a segurança estava sob controle. O GP do Bahrein do ano passado acabou cancelado depois da morte de 35 pessoas, em fevereiro e março, durante repressões às manifestações populares.