Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Baía de Guanabara estará livre de lixões em seu entorno até o fim deste ano. Com o fechamento do Aterro Sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, previsto para o próximo mês, secretário de Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse à Agência Brasil que pretende terminar com mais cinco lixões na região, localizados nos municípios de Magé, Queimados, Japeri, Miguel Pereira e Guapimirim. Segundo Minc, o lixo que hoje é jogado nesses locais será levado para aterros sanitários legalizados, deixando de poluir a Baía de Guanabara.
“Cada lixão desses gera uma grande quantidade de chorume [líquido escuro resultante da decomposição do lixo], que retira o oxigênio da água. Vai ser um importante ganho para a baía o fim de todos os lixões, tanto ambientalmente como socialmente”, disse.
A prefeitura do Rio anunciou hoje que decidiu adiar para maio o fechamento do Lixão de Gramacho, após reunião no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e representantes dos catadores.
Ficou acertado que a prefeitura do Rio vai pagar em parcela única os recursos do Fundo dos Catadores, que originalmente seriam pagos ao longo de 14 anos em parcelas anuais de R$ 1,5 milhão. Também foi decidido que os representantes dos catadores têm até 25 de abril para informar a relação de quem terá direito aos recursos.
Os catadores deverão abrir conta individual na Caixa Econômica Federal para o recebimento da parcela única, que será depositada no mês de maio. Os catadores terão direito a uma indenização individual em valor que ainda será definido, podendo girar em torno de R$ 15 mil, dependendo do número de beneficiados.
O objetivo é que os antigos catadores e suas famílias façam cursos profissionalizantes para que possam trabalhar em outros setores ou participem de cooperativas de reciclagem. O bairro de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, será totalmente reurbanizado, com a construção de novas casas para abrigar os catadores. Para isso também será utilizada verba da venda de créditos de carbono, com a utilização do gás metano, que deixará de ser jogado na atmosfera e hoje representa um dos principais componentes do aquecimento global.
Minc anunciou a criação de um conselho gestor para administrar o dinheiro que será obtido com a venda do gás metano e que será distribuído entre os cerca de 1.500 catadores que hoje vivem da reciclagem em Gramacho. Segundo o secretário, a quantidade de metano acumulada no local é suficiente para abastecer todo o consumo residencial da cidade do Rio durante cinco anos.
Edição: Aécio Amado