Alto índice de reciclagem na Holanda pode ser exemplo para indústria paulista

10/04/2012 - 18h47

Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil


São Paulo – A indústria paulista poderá seguir o exemplo da Holanda, que recicla 80% dos resíduos sólidos produzidos no país, para se adaptar à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010 e que deve ser implementada até 2014.

“Precisamos de tecnologia e  também de logística reversa, que é a operação de trazer de volta esses itens para o processo produtivo. Como fazer isso? É melhor buscar com quem já aprendeu a fazer do que começar o processo do zero”, disse o diretor de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Eduardo San Martin, durante apresentação de dados sobre a política holandesa de gerenciamento de resíduos.

Ao apresentar os dados, Herman Huisman, coordenador da NL Agency, entidade responsável pelo processo na Holanda, disse que existem regras básicas que podem ser reproduzidas no Brasil, apesar das diferenças entre os países. “O primeiro passo seria deixar os aterros sanitários menos atrativos. Eles seriam usados somente para resíduos que resultarem do processo de reciclagem.”

Huismann considerou “bastante ambiciosa” a meta traçada pelo Política Nacional de Resíduos Sólidos, tendo em vista o curto tempo de adaptação. Ele chamou a atenção para a necessidade de criar mercados para os recicláveis, assim como programas de cooperação dentro do governo.  

A ministra de Infraestrutura e Meio Ambiente da Holanda, Melanie Schultz, destacou a importância da aplicação da legislação e do desenvolvimento de projetos de educação ambiental  para alcançar as metas propostas. “O Brasil experimentou um grande desenvolvimento nos últimos anos e agora reconhece a necessidade de uma legislação e de uma educação fundamentais para o desenvolvimento cultural e econômico do país”, disse ela.

As leis holandesas relacionadas ao tema foram aprovadas na década de 1970, em uma época de muita poluição e de problemas de saúde pública no país, como a cólera. Hoje, o volume de resíduos que segue para aterros fica entre 3% e 4%.

Edição: Carolina Sarres