Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um ano depois de ter ocorrido, o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira está sendo lembrado com uma série de atos, promovidos pelos parentes das 12 pessoas que morreram na tragédia, com o apoio de movimentos sociais voltados à defesa dos direitos humanos. Na manhã de hoje (7), pais, irmãos e outros parentes das crianças e adolescentes mortos pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira se reuniram aos pés do Cristo Redentor. Fizeram orações, cantaram hinos e abraçaram o monumento. Ao final da cerimônia, trocaram beijos e jogaram pétalas de rosas do alto do Corcovado.
“Um ano depois, essa dor não passou. Para mim, é como se o massacre tivesse acontecido hoje. A gente não esquece”, disse Sônia Moreira, avó da menina Larissa Atanázio, de 13 anos, que morreu na tragédia. “Sinto muita falta da minha neta, que era como uma filha, dormia comigo na mesma cama”, desabafa.
As atividades em memória do episódio que marcou profundamente a vida do bairro de Realengo, na zona oeste do Rio, e causou comoção em todo o país tiveram início na noite de ontem (6), com uma vigília, seguida de um ato ecumênico, em frente à Escola Tasso da Silveira. Neste sábado, além do abraço ao Cristo Redentor, foi realizada à tarde a Carreata pela Paz, percorrendo todas as ruas do bairro onde residiam as crianças e adolescentes que morreram no massacre. A programação termina amanhã (8), com uma missa, às 9h30, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, também em Realengo.
Entre as crianças sobreviventes da tragédia, o medo ainda predomina. “Quando escutam qualquer barulho pensam que é tiro, ficam assustadas quando ouvem o som de um helicóptero passando”, conta Sônia Moreira.
Na manhã do dia 7 de abril de 2011, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, ex-aluno da Escola Tasso da Silveira, invadiu o prédio, armado com dois revólveres, e cometeu o massacre, suicidando-se depois do atentado. Hoje, o colégio está completamente remodelado. As obras feitas pela prefeitura do Rio, inauguradas com a abertura do ano letivo, em fevereiro passado, duraram sete meses e custaram R$ 9 milhões.
Edição: Juliana Andrade