Polícia Militar desmente informação de coronel reformado sobre número de presentes em manifestação

04/04/2012 - 13h16

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O Comando da Polícia Militar do estado de São Paulo desmentiu, no início da tarde de hoje (4), que a corporação tenha divulgado a informação de que 90 mil pessoas estavam presentes à manifestação Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego, realizada no fim da manhã pelas centrais sindicais e patronais, no pátio do estacionamento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

A informação sobre a presença de 90 mil pessoas na manifestação foi divulgada ao microfone, no palco do evento, pelo coronel da PM Wilson Consani, a pedido do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. No entanto, segundo o comando da PM, o coronel está reformado, não tem autorização para falar em nome da corporação e hoje trabalha para a Força Sindical. Embora não tenha uma estimativa do total de manifestantes, o número é menor que os 90 mil citados no texto, disse o comando da corporação. 

A manifestação foi um movimento conjunto, entre centrais sindicais, empresariais e estudantes em defesa do emprego e da produção. Entre as reivindicações estão a redução dos juros, o controle do câmbio e medidas capazes de limitar importações desenfreadas.

“Hoje é um grito de alerta. Estamos pondo em risco a indústria de transformação, que é o maior patrimônio que o Brasil tem. A indústria de transformação está em risco por causa das distorções conjunturais e não compete à indústria nem aos trabalhadores resolver [essas questões]”, destacou o presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

De acordo com o representante dos industriais, o Brasil precisa entrar na “guerra cambial” feita por outros países. “Eles estão fazendo guerra cambial, eles têm suas moedas desvalorizadas para aumentar a sua competitividade. Tem que resolver isso”, defendeu Skaf. Ele também cobrou redução do preço da energia e do spread bancário (diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes).

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, o governo federal está dando sinais de que está fazendo a parte dele, ao destacar as medidas lançadas ontem (3) para estimular a indústria e aquecer a economia.

No entanto, o representante dos trabalhadores cobrou a participação dos governos estaduais e municipais e do setor empresarial no incentivo à produção e ao emprego.

Nós temos clareza de que este é um ato importante em defesa da produção e do emprego, mas não podemos deixar de colocar, em um momento como este, que apesar das medidas apontadas ontem que vão no sentido de fortalecer a indústria, agora é preciso que os governos estaduais assumam o seu papel nas medidas que devem ser tomadas no âmbito do estado”, acrescentou Artur Henrique.

Edição: Juliana Andrade//Matéria alterada às 15h25 para corrigir informação sobre o número de manifestantes