Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada em junho deste ano na capital fluminense, não deverá resultar em ações concretas que permitam avanços nas políticas globais sobre o uso da água. A declaração é do presidente do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Brasil Pnuma), Haroldo Mattos de Lemos.
Segundo ele, o pré-documento da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Rio+20 aborda apenas “intenções”. Para Lemos, se a Rio+20 não discutir ações mais concretas, será uma “oportunidade perdida” para avançar em temas como o acesso da população à água potável e ao esgotamento sanitário.
“Os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio têm prazo até 2015. É possível que se faça ainda, até 2015, uma outra reunião para definir metas, mas lamento que não tivéssemos tido tempo, ou que os governos preocupados com as crises econômicas que estamos vendo na Europa já há algum tempo e nos Estados Unidos não tenham tido espaço para poder aprovar metas mais concretas [para a Rio+20]”, disse.
Lemos lembrou que um dos Objetivos do Milênio, documento aprovado pela ONU em 2000 que prevê metas para melhorar o mundo no prazo de 15 anos, é reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso à água potável e ao esgotamento sanitário.
“Vários países melhoraram bastante no que diz respeito ao abastecimento de água, mas muitos países não vão alcançar essa meta. E, na parte de esgotamento sanitário, a maioria dos países não vai alcançar essa meta. A meta de esgotamento sanitário não vai ser atingida pelo Brasil. É lamentável porque o saneamento é fundamental para reduzir gastos com saúde. Grande parte das internações hospitalares é provocada por doenças devido à água contaminada e coisas desse tipo”, ressaltou.
Lemos participou hoje (22) de um seminário na Associação Comercial do Rio de Janeiro para comemorar o Dia Mundial da Água.
Edição: Juliana Andrade