Criação de banco de desenvolvimento do Brics deve passar por análise técnica

22/03/2012 - 14h36

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, subsecretária-geral de Política do Ministério de Relações Exteriores, disse hoje (22) que a proposta de criação de um banco de desenvolvimento do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) deverá ser analisada por um grupo técnico. O tema gera polêmica pela ausência de detalhes sobre o funcionamento da instituição.

O assunto deverá ser um dos pontos principais da 4ª Cúpula do Brics, que começa na próxima quinta-feira (29), em Nova Delhi, na Índia. A ideia é a criação de um banco do Brics voltado para a promoção de projetos de desenvolvimento sustentável e no campo de infraestrutura no Brics e em países em desenvolvimento”, disse a embaixadora. “Ainda não há detalhes sobre sobre áreas prioritárias. Essa ideia ainda é embrionária”, acrescentou.

A nova instituição bancária deve ser uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A expectativa é que, ao final da cúpula, os presidentes assinem uma declaração sinalizando a disposição de criar a instituição, mas sem fixar os detalhes.

A embaixadora disse ainda que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi consultado sobre o assunto e disse que considera o tema útil e a ideia inovadora.

Ela disse ainda que certamente os líderes do Brics deverão abordar a necessidade de mudanças na estrutura do FMI. Os países do bloco têm interesse na reformulação da entidade e, no caso do Banco Mundial, a posição defendida pelos países do bloco é a de que as nomeações sejam pelo critério de mérito e não por indicação política.

Edição: Talita Cavalcante