Pesquisa da CNC aponta ligeira alta no endividamento das famílias com renda inferior a dez salários mínimos em março

21/03/2012 - 13h21

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O percentual de famílias endividadas registrou ligeira alta em março, situando-se em 57,8%, contra 57,4% em fevereiro, mas permaneceu abaixo do índice de 64,8% observado no mesmo mês de 2011. O dado consta da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada hoje (21) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

“Apesar dessa ligeira alta, as famílias ainda estão relutantes em aumentar seu endividamento”, afirma a economista da CNC Marianne Hanson.

A mesma pesquisa também mostra uma alta, entre fevereiro e março, no percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso, mas ainda assim em um patamar inferior ao registrado em março do ano passado. Já o percentual de famílias sem condições de pagar suas contas recuou para 6,7%, o menor índice observado desde o início da pesquisa da CNC, em janeiro de 2010.

De acordo com a pesquisa, a alta no endividamento deu-se integralmente na faixa de renda inferior a dez salários mínimos, interrompendo uma sequência de quatro meses em queda. Nessa faixa, o percentual de famílias com dívidas alcançou 58,6% em março, contra 58,4% em fevereiro, mas bem abaixo dos 66,5% de março de 2011. Já as famílias com renda acima de dez mínimos reduziram de 50,6% para 50,2% seu endividamento, de fevereiro para março. No mesmo mês de 2011, o índice para esse grupo era 55%.
    
Quanto aos inadimplentes, o índice subiu de 20,5% para 21,8%, de fevereiro para março, para os que estão com dívidas ou contas em atraso. Em março de 2011, eles eram 23,4%. Já os que declaram não ter condições de pagar suas dívidas, que eram 8,4% em março de 2011, caíram de 7,3%  para 6,7% de fevereiro para março deste ano.
    
Para Marianne Hansen, esse resultado sinaliza uma perspectiva positiva em relação à queda na inadimplência.  “As famílias estão com uma percepção boa em relação à sua capacidade de pagar as contas. Isso, aliado a um mercado de trabalho ainda aquecido, a um aumento da renda e à tendência de queda que se observou no endividamento, leva a uma trajetória favorável de redução da inadimplência nos próximos meses”, analisa.

A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010, com base em dados coletados em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, em um universo de 18 mil consumidores.

 

 

Edição: Lílian Beraldo