Mantega diz que 2012 será ano de desafio para a economia, mas Brasil é o que tem melhor condição de enfrentar crise

13/03/2012 - 16h07

Daniel Lima e Stênio Ribeiro
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou hoje (13), em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que 2012 será um ano de desafios para a economia brasileira. Em sua apresentação, ele destacou que a crise internacional persiste e não foi solucionada, mas, mesmo assim, o Brasil tem condições de continuar enfrentando as turbulências, pois tem adotado medidas para enfrentar as condições adversas da economia.

“Foi complicado em 2011. Tivemos que enfrentar a inflação e a crise. Mas o crescimento da economia [2,7% em 2011] foi satisfatório e se deu com a elevação do nível do emprego. Nesse quesito, a população está sendo bem atendida”, disse. Para o ministro, ante a crise, o Brasil continua sendo um dos poucos países com o privilégio de crescer gerando empregos e elevando a massa salarial.

O ministro defendeu a política fiscal do governo com o controle dos gastos públicos e a manutenção da meta fiscal acima de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) como forma de enfrentar a crise. Mantega assegurou ainda o compromisso do governo em controlar a inflação e de manter a taxa básica de juros, a Selic, em apenas um dígito. “O Brasil caminha para ter taxa de juros em patamares que poderemos dizer, assim, normais, de um dígito”, disse.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) acelerou o ritmo de redução da Selic em 0,75 ponto percentual. A taxa baixou de 10,5% para 9,75% ao ano, diferentemente do que esperava a maioria dos analistas financeiros. Amanhã, serão conhecidos os motivos que levaram o Banco Central a acelerar a queda dos juros, quando será divulgada a ata da reunião do comitê em que se reduziu a taxa.

Respondendo à pergunta do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) sobre denúncias de irregularidades na Casa da Moeda, Mantega disse que uma sindicância foi aberta para esclarecer a situação. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada no final de janeiro, o então presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, transferiu US$ 25 milhões para duas empresas no exterior registradas em nome dele e da filha. “Desafio alguém mostrar uma denúncia formal que não tenha sido investigada, e uma sindicância está em curso no Ministério da Fazenda”.

Mantega também descartou qualquer tipo de conflito entre a direção do Banco do Brasil e a Previ, o Fundo de Pensão dos Servidores do Banco do Brasil. Segundo ele, o fato não passa de “fofocas”. “É uma tempestade em copo da água. São instituições sólidas. As equipes são sólidas e com lucros elevados. A equipe é eficiente. Apareceram fofocas de gente disputando cargos”, disse.

Edição: Lana Cristina